Alunos e ex-alunos do Instituto Português de Santo António ofereceram a
Violante Saramago Matos poesia no dia da
finissage da sua exposição romana: “O improvável mundo de Alice”. Aqui deixamos
as poesias que foram lidas e os nomes de quem tão generosamente contribuiu para
esta festa emocionante em honra da pintora e escritora portuguesa.
Roberta Pucci
LIBERDADE
de Fernando Pessoa
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a
poesia, a bondade e as danças...
Mas o
melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
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