Acaba de nos chegar a notícia do lançamento da obra “Um Português em Roma, Um Italiano em Lisboa”, da autoria da historiadora da arte portuguesa Teresa Leonor M. Vale, no dia 12 de Novembro, no Palácio Fronteira, em Lisboa.
A investigadora, que de há muito se interessa pelas relações que se estabeleceram entre Lisboa e Roma ao tempo das grandes encomendas artísticas de D. João V, continua a divulgar importante informação, dedicando-se desta feita às figuras dos escultores José de Almeida e João António Bellini.
Eis o tema do seu último trabalho:
A fortuna de José de Almeida acabou por se revelar também o seu infortúnio: a sua formação romana – que lhe proporcionou o desenvolvimento das suas notáveis capacidades de escultor, ou melhor, de estatuário –, de pouco lhe serviu uma vez regressado ao reino. No ambiente italianizado do reinado do Magnânimo não bastava ter-se formação italiana, era necessário ser-se italiano, para que o prestígio da ancestral criação artística da península itálica ficasse efectivamente gravado na arte produzida. Assim, Almeida, português entre italianos mas insuficientemente italiano entre portugueses, viu-se relegado para uma actividade de imaginário e encaminhado para um material que não era o das estátuas que da Antiguidade e que em Roma decerto apreciara e procurara emular. A sua obra, entre estatuário e imaginário, permanecia ainda mergulhada nalguma ignorância, apesar dos notáveis estudos de Ayres de Carvalho e de textos mais recentes terem procurado sistematizar os conhecimentos já adquiridos. Pudemos todavia, com esta investigação, acrescentar algo ao conhecido e sobretudo resgatar desse limbo que são as consequências da imensa destruição do terramoto de 1755, por um lado, e da expulsão das ordens religiosas de 1834, por outro, algumas obras do escultor português que estavam confinadas à listagem oferecida por Cirilo Volkmar Machado, na sua Colecção de Memórias de 1823.
Quanto a João António Bellini, foi provavelmente o facto de não ser um escultor de primeira qualidade que o trouxe da sua Pádua natal até ao nosso país, onde procurou e encontrou boas oportunidades de trabalho. Acerca da sua obra, procurou-se essencialmente organizar e acertar os elementos já conhecidos e promover uma sistematização capaz de facultar uma visão da evolução do seu trabalho e, sobretudo, reconhecer características passíveis de funcionar como definidoras da sua maneira de esculpir. O que parece certo é que a sua obra e a mobilidade inerente à sua concretização no nosso país resultam essencialmente dos dois factores que ao longo do texto reconhecemos e procurámos clarificar: a parceria artística com o arquitecto João Frederico Ludovice e a relação com o grande encomendador que era a Companhia de Jesus, no Portugal da primeira metade da centúria de Setecentos.
Da investigação desenvolvida acerca da actividade e produção dos dois escultores fica-nos porém a evidente convicção de que a obra apurada é apenas uma parte daquela efectivamente realizada. Finalmente, pensamos poder afirmar, apesar do muito que permanece por saber, que com a investigação realizada em torno destes dois artistas contribuímos para um melhor conhecimento da tão fértil produção artística que marcou o reinado do Magnânimo e parte do período subsequente, da sua riqueza e das suas contradições.
Quanto a João António Bellini, foi provavelmente o facto de não ser um escultor de primeira qualidade que o trouxe da sua Pádua natal até ao nosso país, onde procurou e encontrou boas oportunidades de trabalho. Acerca da sua obra, procurou-se essencialmente organizar e acertar os elementos já conhecidos e promover uma sistematização capaz de facultar uma visão da evolução do seu trabalho e, sobretudo, reconhecer características passíveis de funcionar como definidoras da sua maneira de esculpir. O que parece certo é que a sua obra e a mobilidade inerente à sua concretização no nosso país resultam essencialmente dos dois factores que ao longo do texto reconhecemos e procurámos clarificar: a parceria artística com o arquitecto João Frederico Ludovice e a relação com o grande encomendador que era a Companhia de Jesus, no Portugal da primeira metade da centúria de Setecentos.
Da investigação desenvolvida acerca da actividade e produção dos dois escultores fica-nos porém a evidente convicção de que a obra apurada é apenas uma parte daquela efectivamente realizada. Finalmente, pensamos poder afirmar, apesar do muito que permanece por saber, que com a investigação realizada em torno destes dois artistas contribuímos para um melhor conhecimento da tão fértil produção artística que marcou o reinado do Magnânimo e parte do período subsequente, da sua riqueza e das suas contradições.
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