Confesso a minha ignorância: conhecia a fama de Manoel de Oliveira mas nunca tinha visto um filme dele, por isso foi grande a satisfação que tive de conhecer este artista.
Vale Abraão é um filme poético, algumas cenas são verdadeiros quadros: gostei muito das cenas na varanda envidraçada, o gato enquadrado do alto como se estivermos aí a vê-lo, as criadas lavando a roupa no jardim ou a louça na cozinha e há entre elas uma bela atmosfera de solidariedade.
E pois Ema pondo um belo chapéu enquadrada no vão da janela ou quando aparece entre as folhas e os frutos duma laranjeira e quando, de noite, na obscuridade da casa, vai em direcção do quarto do seu marido com uma vela na mão e a figura torna-se mais e mais pequena até ser só um ponto.
Muito interessante também o simbolismo: a aliança que cai no momento do casamento, o gato que aparece frequentemente – enquanto anda na casa, ao colo da Ema, com o cão no pátio – a rosa oferecida à Ritinha pela Ema antes de partir, ou a rosa vermelha cheirada e pois aberta com um dedo; as portas que se abrem em quartos vazios.
Além disso a Ema tem um ligeiro cambalear, como para fazer ressaltar mais a perfeição da sua beleza.
Grande originalidade da realização e excelente a banda sonora para piano solista.
Gostei muito também da qualidade dos diálogos: é preciso reflectir sobre alguns deles: percebe-se que são obra duma grande escritora.
Vale Abraão é um filme poético, algumas cenas são verdadeiros quadros: gostei muito das cenas na varanda envidraçada, o gato enquadrado do alto como se estivermos aí a vê-lo, as criadas lavando a roupa no jardim ou a louça na cozinha e há entre elas uma bela atmosfera de solidariedade.
E pois Ema pondo um belo chapéu enquadrada no vão da janela ou quando aparece entre as folhas e os frutos duma laranjeira e quando, de noite, na obscuridade da casa, vai em direcção do quarto do seu marido com uma vela na mão e a figura torna-se mais e mais pequena até ser só um ponto.
Muito interessante também o simbolismo: a aliança que cai no momento do casamento, o gato que aparece frequentemente – enquanto anda na casa, ao colo da Ema, com o cão no pátio – a rosa oferecida à Ritinha pela Ema antes de partir, ou a rosa vermelha cheirada e pois aberta com um dedo; as portas que se abrem em quartos vazios.
Além disso a Ema tem um ligeiro cambalear, como para fazer ressaltar mais a perfeição da sua beleza.
Grande originalidade da realização e excelente a banda sonora para piano solista.
Gostei muito também da qualidade dos diálogos: é preciso reflectir sobre alguns deles: percebe-se que são obra duma grande escritora.
GERMANA LARDONE
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