giovedì 27 novembre 2008

Gian Luigi De Rosa e a tradução da "Turma da Mônica"

O brasilianista Gian Luigi De Rosa, da Università del Salento (Facoltà di Lingue e Letterature Straniere / Dipartimento di Lingue e Letterature Straniere) é o organizador e um dos intervenientes no seminário "Doppiare Cartoonia... Riflessioni e Workshop sulla Traduzione dei cartoni animati", no próximo dia 3 de Dezembro.

De Rosa irá falar sobre "Naturalizzare il parlato cartoonistico de La Banda di Monica", trazendo à Aula Ferrari do Palazzo Codacci Pisanelli (Lecce) a simpaticíssima menina forte "que não leva desaforo pra casa", sempre acompanhada pelo seu coelhinho de peluche - que funciona às vezes arma contra os seus amigos Cebolinha e Cascão ("levam cada coelhada que vou te contar").



MAIS sobre a Mônica:
http://www.monica.com.br/index.htm

mercoledì 26 novembre 2008

Elio Pecora e Giulia Lanciani em Portugal

Através de uma amiga, a grande italianista portuguesa Profª Doutora Rita Marnoto, chegam-nos agora notícias acerca do congresso em honra de Giuseppe Mea, que anteriormente noticiámos em Via dei Portoghesi:


"Os trabalhos correram bem. Para mim, o momento mais belo foi o da apresentação do livro de Elio Pecora. A solenidade do Salão Nobre da Reitoria dialogou à perfeição com a conversa, sublime, entre a amiga Giulia Lanciani e o poeta, e com a leitura dos textos."



Colhemos a ocasião para publicar a tradução de um dos poemas de Elio Pecora, presente no site do congresso:


Liberdade

Está talvez só nisto:
do fundo de um despenhadeiro
esboçar um cumprimento,
sobrevoar rasante
um aviso de morte,
escancarar as portas
da ausência,
procurar continuando
no seu nome sem acentuado
a passagem obrigatória.

Elio Pecora

Angela Di Matteo - jornalista e estudante - sobre Pessoa

Graffiti numa rua de Lisboa
A nossa aluna Angela Di Matteo, que frequenta o primeiro nível de Português na Universidade de Roma Tre - Faculdade de Letras, é também uma jornalista interessada em temas portugueses. Há algum tempo publicámos aqui o seu artigo sobre a exposição de pintura de Conceição Praia, e agora o seu recente texto sobre o espectáculo teatral "Faustdipessoa".
Muitos parabéns e obrigado!




FaustdiPessoa
In scena a Roma un grande della letterature portoghese

IN
http://www.meltinpotonweb.com/index.php?section=articoli&category=53&id=2554/cultura/teatro/FaustdiPessoa




Grande appuntamento per gli appassionati della letteratura portoghese con il "FaustdiPessoa", andato in scena dal 4 al 16 novembre al Nuovo Teatro. Accolti da un piccolo rinfresco a base di salatini e vino rosso, gli ospiti si sono poi accomodati in sala, che più che a quella di un teatro assomigliava a quella di un cinema. Si spengono le luci e inizia lo spettacolo. Inizialmente poco scorrevole e anche alquanto prevedibile, la performance si indirizza poi verso un labirinto di immagini, ricordi e poesie legate al grande scrittore portoghese Fernando Pessoa (Lisbona 30.06.1888 - Lisbona 30.11.1935). Forse ingenuamente, il pubblico si aspettava il rifacimento del Faust rivisto e corretto da Pessoa e invece sul piccolo palco è successo tutt'altro. Viaggiando tra la memoria passata e quella presente, lo spettacolo ha rivissuto in maniera del tutto onirica la relazione amorosa tra lo scrittore e Ophèlia, suo unico grande e travagliato amore. La Compagnia "Orpheu", guidata dalla regia di Sergio Basile, ha portato in scena l'idea di Luciana Grifi di far rivivere al lettore contemporaneo la figura intricata di Pessoa.
"Non mi resta dunque che chiedere a Voi, spettatori di questo mio dramma, di fare silenzio. Dovrò chiedervi di cercare d'orientarvi in quei labirinti che, anche senza volerlo, riesco continuamente ad erigere con le mie stesse mani e dai quali, a volte, forse sempre più spesso, mi è difficile uscire. Sarà un po' come guardare dentro un caleidoscopio giacchè comunque lo ruoti, si potrà sempre intravedere la mia immagine, o parte, o multipli di essa. A me il compito di alzare il sipario e cominciare a dar vita e a far muovere la marionetta, quel lunare Pierrot che mi rappresenta e quelle del mio mondo di travestimenti e di memoria".
Forse non tutti sanno che grande invenzione dello scrittore fu quella degli eteronimi, ossia nomi fittizi di personaggi fittizi per i quali Pessoa costruiva una propria identità, e inevitabilmente confluivano tutte a un diverso aspetto della personalità del creatore. "L'origine dei miei eteronimi è il tratto profondo di isteria che esiste in me. L'origine mentale dei miei eteronimi sta nella mia tendenza organica e costante alla spersonalizzazione e alla simulazione".
Uno spettacolo dunque fuori dagli schemi, che sconvolge per l'apparente mancanza di un filo conduttore che unisca una scena all'altra. Ma forse è proprio qui la chiava: prendere Pessoa per quello che è, ossia un uomo geniale, romantico e problematico, che non chiede di essere compreso, ma solo di essere ascoltato.


Tutte le lettere d’amore sono
Ridicole.
Non sarebbero lettere d’amore se non fossero
Ridicole.
Anch’io scrissi al mio tempo lettere d’amore,
Come le altre,
ridicole.
Le lettere d’amore, se c’è amore,
devono essere
ridicole.
Ma, in fine,
sono le creature che non hanno mai scritto
lettere d’amore
ad essere
ridicole.




ANGELA DI MATTEO




Ver também
http://lalunaelelucciole.splinder.com/post/19115951/FAUSTdiPESSOA

Uma carta a Fernando - de Laura Canzio

Laura Canzio, aluna de nível elementar, escreveu uma belíssima carta a Fernando Pessoa, que de elementar não tem nada: um óptimo trabalho! Parabéns!

Querido Fernando,

eu gosto de ti assim como és.
Não te escrevo nem para te julgar nem para procurar dar explicações sobre o teu mundo interior em continuo movimento e expansão.
Talvez o teu considerar-te mesmo como uma pessoa que "não existe" e que vive principalmente num seu mundo fictício, poderia fazer-te dizer que eu sou louca por levar-te em consideração e achar-te interessante como "sujeito" destinatário desta minha carta.
Tu emocionaste-me profundamente, fizeste-me fazer reflexões e fizeste-me pensar que mesmo se tu sejas único no teu género, no fim tu és parecido com muitas outras pessoas...tu não estas sozinho!
"Os professores" apontam o dedo para ti para sublinhar o teu ser anónimo, destacado,
histérico-neurótico.
Todos fazemos parte dum projecto divino e tu, como os outros, representas um aspecto dele e o sentido da tua vida está exactamente no teu existir à tua maneira.
Tu não és um, tu és muitos indivíduos, cada um com o seu nome, características físicas, história e pensamentos: tu és o contentor duma micro sociedade que é distinta de ti, mas que te percorre as veias e te torna uma pessoa especial.
Os heterónimos representam o teu instrumento ideal, perfeito para comunicar com o mundo, para ser, mas sem ser envolvido directamente: tudo isto é fascinante mesmo se não és tu a decidir, mas é ditado por um teu peculiar impulso profundo que tu reconduzes aos teus "fenómenos de abulia".
Antes dizia-te que tu és parecido com as outras pessoas, mesmo as que te observam e analisam com a mesma curiosidade que se poderia reservar a um extraterrestre, porque a simulação e a despersonalização são muito comuns no terceiro milénio.
Tu ofereces sinceridade porque, os teus heterónimos são consequentes com eles próprios, enquanto as pessoas, mesmo se se apresentam sempre com "o mesmo nome", não satisfeitas, inseguras e desejosas de mostrar sempre o seu lado melhor, se escondem atrás diferentes mascaras, em função da situação, ou atrás dos muros virtuais para comunicar com o outro, mas em ausência do outro e as chat-line são o exemplo mais representativo.
Ah, desculpa! Tu não conheces internet: trata-se dum novo sistema de comunicação, inventado pelo homem moderno, deste aldeamento global, que queima tempos, distâncias, verdade, com o ter distantes os olhos...os corações!
Agora pergunto te:"Não é também esta ilusão, alteração, fuga de si próprio um delírio real, com a diferença que a gente não tem a tua mesma neurose?".
Tu és simples no aspecto e variado no teu interior, a maior parte das pessoas homologadas no exterior, áridas no seu interior e no fim todas iguais.
Muito bonito e comovente o teu plano, a tua "stratégia" para acompanhar a casa a tua Ophelinha através do percurso mais comprido para passar mais tempo com ela, com o teu ser assim romântico, puro e autentico.
..."E tudo acaba em silêncio e poesia...".
Com afecto
Laura


LAURA CANZIO

Roberta Spadacini sobre o "Faustdipessoa"

Apesar de ter começado a estudar Português há pouco mais de um mês, Roberta Spacini enviou-nos um texto excelente sobre o espectáculo teatral "Faustdipessoa", visto há umas semanas atrás. Obrigado e parabéns!

O espectáculo começa no átrio do teatro, adaptado a café onde os espectadores são convidados a beber vinho e assistem a uma conversa que envolve um misterioso personagem, talvez um mago, talvez um diabo. Nesta conversa, que não se pode entender completamente, por causa da confusão, fala-se de esoterismo e ocultismo, argumentos que apaixonavam o escritor Fernando Pessoa.

A contaminação entre os espectadores e o espectáculo continua na abertura da cena no momento no qual o mesmo personagem envolve a Sara, uma atraente actriz, numa experiência de hipnotismo. Com a hipnose o mago/diabo consegue fazer viver à jovem a vida duma mulher do passado distante. Trata-se da Ophelia Queiroz, a mulher amada por Fernando Pessoa, o poeta fingidor, o escritor cuja literatura se multiplicava em personalidades distintas chamadas heterónimos. Cada um com uma sua própria vida e estilo literário independente.

O espectáculo, através da correspondência entre Pessoa e Ophelia, mostra a beleza do seu amor, mas também todas as dificuldades e os obstáculos da relação. O poeta ama a rapariga dum amor afectuoso, recobrindo-a de cartas carinhosas, mas também o seu è um amor inconcludente. Tudo funciona bem até quando as esperanças da jovem ficam mais exigentes. Numa cena que seria dramática se não fosse ridícula, a “doce” Ophelia muda-se lívida e com ferocidade pergunta ao Fernando porque é que ele não quer conhecer os seus pais. Pessoa responde, com insolente tranquilidade, que não pode casar-se com ela porque não quer casar-se com toda a sua família, mas este parece um pretexto. Na realidade Pessoa não tem a intenção de viver com Ophelia, nem de casar-se com ela, porque isto simplesmente não está na sua índole. O seu amor permanece um amor platónico. Ele não tem a possibilidade de viver completamente o seu amor por Ophelia, porque isto significaria dever-se adaptar à vida mesma.

O Fausto/Pessoa tenta conhecer na figura da Maria/Ophelia o amor, único e ilusório consolo permitido aos seres humanos, mas o seu intento de saber amar é destinado ao insucesso, por causa da sua incapacidade de adaptação na vida.

O que é mais importante para um artista? Viver a vida verdadeira ou consagrar-se na arte?
Para Pessoa a literatura, assim como toda a arte, é a demonstração que a vida não é suficiente. Existe uma realidade “outra”, espiritual e imaterial, que não pode ser compreendida só com a razão.

Em conclusão, para Pessoa a criação artística é melhor que a vida mesma, então ele prefere representar-se através dos seus heterónimos e das obras criadas por meio deles, que viver plenamente a vida do Fernando.


ROBERTA SPADACINI

"Vale Abraão" de Lia Orietta Cacciatore

Leonor Silveira, Ema de "Vale Abraão"


Um grande pintor disse-me um dia que pintava o que lhe vinha à cabeça sem nenhum significado particular, e que seriam os críticos ao dar-lhe um nome e uma interpretação profunda.

Ensinou-me que é verdadeiro tudo e o contrário de tudo e que em todas as formas de arte o valor está no facto que se faz sentir algo, mesmo se este sentir é de forma diferente para cada um. Porque cada um vê e sente num trabalho de arte, qualquer que ele seja, pintura, escultura, música ou cinema, coisas diferentes.

No filme que nós vimos, a minha impressão foi que a protagonista era uma pessoa triste e infeliz, à busca contínua de algo de inexplicável também para ela.

Bonita ou não bonita, as suas relações com os homens são fugazes e não a fazem feliz nem por um momento, e parecem só um paliativo. A infelicidade dela, na aparência, parece a mesma da Madame Bovary que, porém, é infeliz porque foi forçada, segundo a tradição do momento, a casar um homem muito mais velho do que ela e porque não pode viver com aquele que ama. A infelicidade da Ema é originada dentro de ela mesma. A razão desta abulia não é explicável: é só uma menina mimada que não sabe que o que quer ou se é uma pessoa deprimida. A sua força aparente esconde uma falta de força e uma inabilidade para mudar verdadeiramente o que não lhe agrada? Precursora do feminismo? Não, o feminismo não tem nada a ver com o sexo.
Todos parecem amá-la. Mas é amor justo? Por certo ela não ama ninguém.

A história tem um contraste inexplicável. É uma beleza sem fascínio, sexo sem amor, mãe sem amor maternal, liberdade sem estar livre dela mesma. O que mais me tocou foi o vazio, um grande vazio que todos os personagens vivem, duma maneira ou doutra, enfatizado pelos lentos retratos fixos dos objectos e pelas conversas longas quase sem comunicabilidade.

Uma história profunda mas sem saída. Para ninguém.





LIA ORIETTA CACCIATORE

"Vale Abraão" de Germana Lardone

Isabel Ruth interpreta Ritinha, a lavadeira surda-muda, ultima presença antes da morte de Ema


Confesso a minha ignorância: conhecia a fama de Manoel de Oliveira mas nunca tinha visto um filme dele, por isso foi grande a satisfação que tive de conhecer este artista.

Vale Abraão é um filme poético, algumas cenas são verdadeiros quadros: gostei muito das cenas na varanda envidraçada, o gato enquadrado do alto como se estivermos aí a vê-lo, as criadas lavando a roupa no jardim ou a louça na cozinha e há entre elas uma bela atmosfera de solidariedade.
E pois Ema pondo um belo chapéu enquadrada no vão da janela ou quando aparece entre as folhas e os frutos duma laranjeira e quando, de noite, na obscuridade da casa, vai em direcção do quarto do seu marido com uma vela na mão e a figura torna-se mais e mais pequena até ser só um ponto.

Muito interessante também o simbolismo: a aliança que cai no momento do casamento, o gato que aparece frequentemente – enquanto anda na casa, ao colo da Ema, com o cão no pátio – a rosa oferecida à Ritinha pela Ema antes de partir, ou a rosa vermelha cheirada e pois aberta com um dedo; as portas que se abrem em quartos vazios.
Além disso a Ema tem um ligeiro cambalear, como para fazer ressaltar mais a perfeição da sua beleza.

Grande originalidade da realização e excelente a banda sonora para piano solista.

Gostei muito também da qualidade dos diálogos: é preciso reflectir sobre alguns deles: percebe-se que são obra duma grande escritora.





GERMANA LARDONE

"Vale Abraão" de Vilma Gidaro

Suspensos no Vale Abraão...


Vale Abraão um filme que narra o amor inexistente



No filme Vale Abraão - realizado por Manoel de Oliveira, uma adaptação da revisitação da "Madame Bovary" de Agustina Bessa-Luís, que deu uma caracterização portuguesa e contemporânea do livro de Flaubert – o conceito do amor doloroso e doente, para mim, faz de cenário a cenas duma beleza enorme.

Tudo o que aparece põe os espectadores numa condição de espera, como se tudo fosse suspenso sobre este vale belíssimo do Douro, quase adormecido pelas cores do céu, das vinhas e pela justa lentidão que o realizador dá às sequências no tempo das cenas e da vida de Ema, a protagonista.

Um fundo sossegado, enquanto que a vida de Ema se enche de aborrecimento e tristeza. Neste contexto a história dela vê personagens masculinos fracos e muito longe de sentimentos verdadeiros. Homens que dão atenção a Ema só pelo lado sexual dela, por aquilo que é a sua beleza exterior, quer quem a deseja, quer quem a deveria acompanhar no seu crescimento.
Então Ema mesma, apreciará de si mesma somente este aspecto.

Até a tia beata Ema, que vive com ela desde a morte da sua mãe, em vez de a ajudar coloca-a, já na adolescência, na posição de mulher perdida e endiabrada, só porque Ema é belíssima e lê livros, actividade reservada aos homens.

Ema, sempre mais bela crescendo e portanto sempre mais perigosa no juízo do mundo, continua a viver pouco disposta às convenções da sua família e sociedade; todos os homens que a conhecem ficam fascinados por ela, um deles é o Dr. Carlos, médico, mais velho do que dela e já casado, que fica logo fascinado por Ema e ficará enamorado sem sequer esperar que seja correspondido pela mesma.

À morte da mulher do Carlos, ele e o pai da Ema combinam o seu casamento.
É este o momento no qual Manoel de Oliveira muda a actriz Cecile Sanz de Alba, actriz duma tenra beleza, por Leonor Silveira, a sua preferida, também ela de soberba beleza, que será Ema até a fim do filme, sem que esta envelheça, pois representa o símbolo da beleza como ameaça.
Um casamento a que Carlos, homem fraco e mais triste do que dela, não conseguirá dar vida, deixando Ema sempre sozinha, tanto que ela começará a procurar muitos amantes, confirmando a si mesma, ser só capaz de atrair os homens (todos, sem diferença de idade e de estado social), e não de ser amada ou de amar. Mas também por isso, Ema será sempre triste e procurará constantemente o amor que, contudo, nunca chegará na sua vida.

A única personagem positiva do filme, e companhia carinhosa de Ema, é uma lavadeira surda-muda que segue Ema no curso da sua vida, grande e silenciosa presença... delicioso e cheio de sentimento a saudação delas no final do filme.

As cores do filme mudam só na última cena que se desenrola num laranjal, com vivazes tons de árvores cheias de laranjas e com a presença de Ema vestida de branco e azul, que iluminam a sua cara, quando Ema quer procurar a morte. É naquela altura do filme que se dissolve a atmosfera que havia desde o início, e que se percebe o que é que estava suspenso no ar do vale...

Para mim, Vale Abraão, foi um filme tocante e muito complexo. Um filme que coloca aos espectadores muitas dúvidas sobre o sentido da vida e demonstra como um contexto social pode influenciar as pessoas, sobretudo aquelas mais frágeis.





VILMA GIDARO

"Vale Abraão" de Maria Paola Satolli

Quinta do Vesúvio, no Douro, onde Ema morreu sozinha.


Então, querem saber o que pensamos do filme? Vou tentar escrever no meu balouçante português… nunca escrevi sobre um filme!

Tenho dizer que gostei do filme. Ou, talvez, é melhor dizer que eu compreendo porque é que esse filme é considerado lindíssimo. Para mim, era um pouco lento, mas sei que esta é a sua particularidade.

Gostei da representação da Ema (adulta), uma personagem a cuja beleza é, para mim, completamente obscurecida para o seu incrível egoísmo. Um egoísmo que quase “justifica” a sua completa falta de respeito relativamente ao marido (deixando-se namorar em frente dele), às suas filhas (abandonando-as quando eram meninas, e depois instaurando uma relação com o possível pretendente duma delas) e, naturalmente, a ela mesma.

A Ema contenta-se de ser um objecto do desejo masculino, através da sua atitude provocatória, que já tinha quando era menina. Ela contenta-se de relações superficiais, porque só tenta ser apreciada pelos outros, sem nunca aprender a apreciar-se a ela mesma.

Acho que, no fundo, ela è a realização do que o cantor de Ópera lhe disse durante o jantar: ele fala sobre uma nova concepção do amor, fala duma sociedade onde o sentimento se transformou num acessório, onde os homens e as mulheres ainda não compreendem que podem amar-se, em todo o seu significado e expressões, com qualidade. Ninguém disse que isso é fácil: mas o que é que nos resta no fim, se nos comportamos sempre com superficialidade?

A Ema escolhe um caminho diferente, que só pode deixá-la totalmente insatisfeita. Os seus homens vão deixá-la sozinha, porque vão considerar as suas aspirações pessoais mais importantes daqueles da mulher.


A Ema, na última cena, morre sozinha, no mesmo lugar onde a sua vida de traições começou.
Morre (vestida com as cores do seu casamento, se não erro) duma maneira tão estúpida que quase me fez rir, se a confronto dos tons graves e pesados do filme.


Um comentário rápido sobre do marido (eu sei, já superei as 3-4 linhas!): mesmo se sabe que nunca será amado por a Ema, e mesmo se conhece a sua natureza (como parece pelo diálogo com o pai dela), ele decide não fazer nada. Era demasiado débil para impor-se, ou talvez tenha decidido amá-la em toda a sua complexidade.


MARIA PAOLA SATOLLI

Quatro alunas falam do "Vale Abraão"


Antes de mais, muito e muito obrigado a todos quantos paticiparam nas sessões de sábado, 15 e 22 de Novembro, em que se projectou o filme "Vale Abraão" de Manoel de Oliveira.


Maria Paola Sattoli

Lia Orietta Cacciatore

Germana Lardone

Vilma Gidaro

Laure Cavaniè

Alessandra Silos de Brito

Fabrizio Riccardo Verile

Eleonora Maura

Flavia Nardoni

Cristiana Manuppelli

Laura Carletti

Monda Lukaj

Elisa Fiorenza

Alice Chiron

Ivana Bartolini

Marica Appolloni

Elisa De Nicola

Vincenzo Marzotti

Francesco Semeraro


Dos participantes as alunas Maria Paola Satolli (nível elementar), Vilma Gidaro, Germana Lardone e Lia Orietta Cacciatore (níveis superiores) enviaram-nos os seus comentários que publicamos em seguida.


Obrigado a todos.

giovedì 20 novembre 2008

Uma aluna, sobre a feira do livro

Elisa De Nicola, estudante de Português que está a preparar uma interessante tese sobre o poeta Manuel Alegre, dá-nos a sua opinião a respeito da feira Più libri, più liberi, cuja edição deste ano conta com a participação do autor português Francisco José Viegas:


Sono diversi anni ormai che seguo con grande interesse la Fiera della piccola e media editoria, che sembra riscuotere sempre più successo.
Trovo che sia un evento molto interessante e di grande attualità.
Prendere parte ad incontri con autori, traduttori, critici e personalità legate all'editoria, è una buona opportunità per allargare i propri orizzonti e per avere un contatto diretto "con il mondo del libro" e non solo: molto interessante è anche " la sezione blog". Oltre a cio' essendo un'ascoltatrice di Radio Rai Tre credo sia piacevole prendere parte alla diretta del programma Fahrenight.
Insomma di motivi per andare alla fiera ce ne sono molti.
Vi ringrazio per l'oppurtunità che date agli studenti di partecipare a questo evento e soprattuto di poter essere presenti alla presentazione del libro di un autore portoghese.

Elisa De Nicola

Manoel de Oliveira - em Roma e no Porto

Em Roma a Cátedra José Saramago promove um ciclo de homenagem ao grande realizador português. E esta manhã o Diário de Notícias publica um artigo em que se fala da conservação do espólio do realizador em Serralves...


A Fundação de Serralves deverá ser a entidade gestora do acervo do realizador Manoel de Oliveira, que integrará o espólio do futuro pólo da Cinemateca do Porto repartido por três espaços: Casa das Artes, Casa do Cinema Manoel de Oliveira e auditório de Serralves.

O ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro anunciou ontem, no final da apresentação do Orçamento da Cultura 2009, que o projecto "já está concluído e orçamentado, e contará sempre com o entendimento e colaboração da Câmara Municipal do Porto". Pinto Ribeiro não especificou quem irá gerir o espólio de Manoel de Oliveira, mas fontes contactadas pelo DN apontam Serralves, numa parceria com a Universidade Católica, a assumir esse papel.

"Não está ainda nada definido", diz José Manuel Oliveira, filho do realizador. No entanto, acha que o espólio de Manoel de Oliveira fica bem nas mãos dos responsáveis de Serralves. "Fizeram uma exposição que honra o meu pai, foi um trabalho fantástico do doutor João Fernandes".

Segundo o ministro da Cultura, não se pretende criar uma cinemateca no Porto como a de Lisboa. O objectivo é usar as parcerias com as várias entidades envolvidas neste processo e exibir filmes disponíveis no Arquivo Nacional de Imagens.

O pólo vai funcionar na Casa das Artes, neste momento a ser alvo de obras de restauro, no auditório da Fundação de Serralves e na Casa do Cinema Manoel de Oliveira, mandada construir de raiz pela Câmara do Porto, no tempo do presidente Fernando Gomes.


FRANCISCO MANGAS
HERNÂNI PEREIRA

mercoledì 19 novembre 2008

Vale Abraão - de sábado a sábado

No passado sábado, 15 de Novembro, reuniram-se na Faculdade de Letras da Universidade de Roma Tre alguns alunos de Português para verem o filme Vale Abraão, que iniciava o ciclo com que, no presente ano, a Cátedra José Saramago assinala o centenário do realizador português de Manoel de Oliveira.

Agradecemos a presença de:
Maria Paola Satolli
Elisa Fiorenza
Ivana Bartolini
Fabrizio Riccardo Verile
Vilma Gidaro
Monda Lukaj
Marica Appolloni
Eleonora Maura
Flavia Nardoni
Laure Cavaniè
Elisa De Nicola
Vincenzo Marzotti
Alessandra Silos de Brito
Francesco Semeraro
Gabriele

No próximo sábado, dia 22 de Novembro, às 11horas, na aula 21 da Faculdade de Letras (via Ostiense, 234) vai ser projectada a segunda parte da obra.
Estão todos convidados.

Padre António Vieira regressa a Santo António dos Portugueses

... Desta feita não em carne e osso, como é evidente! Mas o seu espírito junta estudiosos portugueses, italianos e espanhóis que se reunidos em Roma na próxima semana, na Faculdade de Letras da Universidade de Roma Tre e no Instituto Português de Santo António, no convénio intitulado
Antonio Vieira,

Roma e l’universalismo
delle monarchie portoghese e spagnola

IV Incontro di Storia
delle Monarchie Iberiche
Roma, 28-29 novembre 2008

Dipartimento di Studi Storici Geografici Antropologici
Università degli Studi Roma Tre
Via Ostiense, 236 – Roma

IPSAR – Istituto Portoghese di S. Antonio, Roma
Via dei Portoghesi, 2 - Roma

Nella ricorrenza del IV centenario della nascita di padre Antonio Vieira (Lisbona, 1608 – Salvador de Bahia, 1697), il Dipartimento di Studi Storici Geografici Antropologici dell’Università degli Studi Roma Tre, insieme con il CHAM, Centro de História de Além-Mar della Universidade Nova de Lisboa e della Universidade dos Açores, la Red Columnaria e l’IPSAR, Istituto Portoghese di S. Antonio in Roma, promuovono l’organizzazione di un colloquio, che si terrà a Roma nei giorni 28 e 29 novembre 2008, sul tema “Antonio Vieira, Roma e l'universalismo delle monarchie Portoghese e Spagnola”.

Nell’intenso panorama delle iniziative che celebrano la ricorrenza della nascita di Antonio Vieira, questo incontro intende distinguersi per portare l’attenzione degli studiosi soprattutto su due aspetti della vicenda storica e del pensiero del gesuita portoghese:

1. il rapporto conflittuale tra la missione messianica che Vieira assegnava alla monarchia portoghese e i due diversi universalismi – politico e religioso – rappresentati dalla monarchia spagnola e dalla Chiesa cattolica, con particolare riferimento a come questa relazione si dispiegò in Brasile e più in generale nei domini extra-europei delle due corone iberiche;

2. il rapporto tra Antonio Vieira e Roma, inteso sia alla luce del lungo processo inquisitoriale al quale egli fu sottoposto, sia in relazione con l’ambiente politico, diplomatico, religioso e culturale romano, con cui il gesuita interagì in occasione dei due soggiorni del 1650 e del 1669-1675.

Comitato scientifico
Presidente: Francesa Cantù, Università degli Studi Roma Tre
Agostinho Borges, Istituto Portoghese di S. Antonio in Roma
João Paulo Oliveira e Costa, Centro de História de Além-Mar UNL e UA
Pedro Cardim, Centro de História de Além-Mar UNL e UA Bernardino Osio, Unión Latina
José Javier Ruiz Ibáñez, Universidad de Murcia
Gaetano Sabatini, Università degli Studi Roma Tre

Segreteria scientifica
Francisco de Almeida Dias, biblioteca@ipsar.org
Istituto Portoghese di S. Antonio in Roma
Silvana Pires, coloquios.cham@fcsh.unl.pt
Centro de História de Além-Mar, UNL e UA

Responsabile del cerimoniale
Tiziana Ceriola, ceriola@uniroma3.it
DSSGA - Università degli Studi Roma Tre

P R O G R A M M A

Venerdì, 28 novembre 2008
Dipartimento di Studi Storici Geografici Antropologici - Università degli Studi Roma Tre

9:30
Sessione inaugurale
Prima sessione: La rappresentazione universale delle monarchie iberiche
11:00 – 12:30
Francesca Cantù, Università degli Studi Roma Tre
Roma, l’universalismo cattolico e le monarchie iberiche
João Paulo Oliveira e Costa, CHAM – Universidade Nova de Lisboa
O Império Português em meados do século XVII
José Javier Ruiz Ibáñez, Universidad de Murcia
El universalismo de la monarquía católica en el pensamiento político español del siglo XVII

12:30-13:00
Dibattito

Seconda sessione: Antonio Vieira e le monarchie iberiche

14:30 – 16:00
Jean-Frédéric Schaub, EHESS, Parigi
Il Portogallo dalla “restauración” olivarista alla “restauração” dei Braganza
Pedro Cardim, CHAM - Universidade Nova de Lisboa
O universalismo da monarquia portuguesa nos anos de dom Afonso VI
Federico Palomo del Barrio, Universidad Complutense de Madrid
Poderes en transición: las inquisiciones ibéricas en el siglo XVII
Leonor Freire Costa, Universidade Técnica de Lisboa
Em tempos de revolta: as diferentes faces de Vieira no Portugal de D. João IV

16:00 – 16:30
Dibattito

Pausa
16:45 – 18:00
Zulmira C. Santos, Universidade do Porto
Literatura e espiritualidade em Vieira
Alcir Pécora, Universidade de Campinas
A enfermidade do silêncio
Natalia Muchnik, EHESS, Parigi
Antonio Vieira y la diáspora sefardí en el siglo XVII

18:00 – 18:30
Dibattito

***

Sabato, 29 novembre 2008
Istituto Portoghese di S. Antonio in Roma


9:00
Saluto di S.E. l'Ambasciatore del Portogallo presso la Santa Sede, Dott. João da Rocha Páris

Terza sessione: Vieira e Roma

9:15 – 11,15
Gaetano Sabatini, Università degli Studi Roma Tre
Il primo soggiorno romano di Vieira (1650)
José Pedro Paiva, Universidade de Coimbra
Vieira e l'Inquisizione: il processo e il secondo soggiorno romano
Paolo Broggio, Università degli Studi Roma Tre
La Compagnia di Gesù del generale Giovanni Paolo Oliva (1661-1681)
Maria Pia Donato, Università di Cagliari
Alla corte di Cristina di Svezia: Antonio Vieira e gli accademici reali
Nelson Veríssimo, CHAM – Universidade Nova de Lisboa
Achas para um espelho de príncipes, lançadas do púlpito pelo Padre António Vieira

11,15 – 12:00
Dibattito
12,00
Chiesa Nazionale di Santo Antonio dei Portoghesi
Maestro Giampaolo Di Rosa
Presentazione del nuovo organo della Chiesa

Quarta sessione: Vieira, i Gesuiti, l'espansione ultramarina delle monarchie iberiche
15:00 – 16:15
Tamar Herzog, Stanford University
Vieira, los Jesuitas y la formación de una frontera entre Portugal y España en el nuevo mundo
Oscar Mazín Gomez, Colegio de México
Cristianización en las Indias de España: algunas diferencias entre la Nueva España y el Perú
Manfredi Merluzzi, Università degli Studi Roma Tre
Vieira e la posizione degli Indios nelle monarchie iberiche

16:15 – 16:45
Dibattito

Pausa

17:00 – 17:45
Zoltán Biedermann, CHAM - Universidade Nova de Lisboa
Os outros Vieiras. Fernão de Queiroz e a Profecia Jesuítica no Império Oriental
Rodrigo Bentes Monteiro, Universidade Federal Fluminense
Entre o uno e o plural: Vieira e a América portuguesa na segunda metade dos Seiscentos

17:45 – 18:15
Dibattito

Conclusioni
18:30 – 19:00
José Pedro Paiva, Universidade de Coimbra
Gaetano Sabatini, Università degli Studi Roma Tre

http://www.ipsar.org/modules.php?name=News&file=article&sid=25

6 de Dezembro: Francisco José Viegas em Roma


Sábado dia 6 de Dezembro, ao meio-dia, na Sala Ametista do Palazzo dei Cogressi - EUR (Roma), no âmbito da edição anual da feira "Più libri, più liberi", o escritor português Francisco José Viegas virá apresentar a versão italliana, de Serena Magi, do seu livro Um céu demasiado azul (Un cielo troppo blu), editado pela Nuova Frontiera.

Sul tavolo di marmo dell’obitorio il corpo di un uomo, muto, silenzioso, assorto nel mistero della sua stessa morte, Jaime Ramos lo osserva, ascolta il suo silenzio: così inizia questa storia di penombra e solitudini, che metterà a confronto l’incedere meticoloso dell’indagine dell’ispettore con le spirali insondabili del destino dei personaggi di questo romanzo.
Un cadavere in un bagagliaio, una macchina abbandonata sulla provinciale e l’estate che avanza. Amélia, Aurora, Lia, Victoria: questa è una storia di donne e di vendette. E magari non ha nulla a che vedere con ciò che Jaime Ramos ha sempre fatto: occuparsi dei morti e inseguire i vivi. Potrebbe essere una faccenda semplice. Non c’entra neanche la politica o la droga. Si tratta solo di fare un favore a qualcuno del Ministero. Un’indagine accurata, rapida e discreta. Una missione facile, forse, se solo Ramos non considerasse l’ottimismo il peggior difetto degli uomini ridicoli. Però c’è bisogno che se ne occupi il miglior ispettore della polizia di Porto. Anche se fa molto caldo e il campionato è quasi finito, anche se Rosa ha cominciato la sua dieta e Jaime Ramos sarà costretto a seminare la nostalgia, che inesorabile lo aspetta a Cuba travestita da rivoluzione, e la malinconia di un amore che lo farà sentire vecchio e stupido. Quasi vecchio


IN
http://www.lanuovafrontiera.it/index.php?option=com_content&view=article&id=201:un-cielo-troppo-blu-francisco-jose-viegas&catid=1:liberamente&Itemid=2


Esta será uma excelente oportunidade de visitar o importante certame e de conhecer pessoalmente o afirmado escritor.
Os alunos de Português que queiram participar neste evento poderão ter bilhetes gratuitos mediante pré-inscrição via e.mail, para franciscodias@instituto-camoes.pt.


MAIS sobre FRANCISCO JOSÉ VIEGAS
Francisco José Viegas è nato a Vila Nova de Foz Côa, in Portogallo, nel 1962. È stato professore universitario e attualmente dirige il mensile culturale Ler. Responsabile editoriale della collana di gialli della casa editrice Bertrand nonché direttore della Casa Fernando Pessoa di Lisbona, è oggi uno dei più autorevoli critici gastronomici portoghesi. Ha lavorato per la radio e per la televisione, curando e conducendo numerosi programmi culturali.Autore poliedrico, ha pubblicato raccolte di poesie, reportage letterari, diari di viaggio e romanzi tra cui spiccano quelli dedicati alle indagini dell’ispettore Jaime Ramos. In Italia, La Nuova Frontiera ha già pubblicato il romanzo Lontano da Manaus.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_José_Viegas


MAIS sobre Più libri più liberi
Più libri più liberi, la Fiera della piccola e media editoria, nasce nel dicembre del 2002 da una felice intuizione del Gruppo Piccoli editori di Varia dell’Associazione Italiana Editori, con l’obiettivo di offrire al maggior numero possibile di piccole case editrici uno spazio per portare agli onori della ribalta la propria produzione, spesso ‘oscurata’ da quella delle case editrici più forti; e insieme di realizzare un luogo di incontro per gli operatori professionali, per discutere le problematiche del settore e per individuare le strategie da sviluppare.
IN
http://www.piulibripiuliberi.it/HOME/tabid/1383/Default.aspx


DATE E ORARI
La settima edizione di Più libri più liberi si svolgerà
da venerdì 5 a lunedì 8 dicembre 2008
con i seguenti orari:
venerdì 5 dicembre: ore 10 - 20 sabato
6 dicembre: ore 10 - 21
domenica 7 dicembre: ore 10 - 21
lunedì 8 dicembre: ore 10 - 20

COME RAGGIUNGERE LA FIERA
Auto: Uscita n. 26 (Roma Eur) del Grande Raccordo Anulare in direzione centro città, proseguire fino a Piazza G. Marconi (Obelisco), al primo semaforo a destra (Viale della Civiltà del Lavoro) e proseguire per 200 mt. circa.
Dalla Stazione Termini: Metro B, direzione Laurentina, fermata EUR Fermi. Dalla fermata, 5 minuti a piedi seguendo Viale Shakespeare.
Servizio bus navetta gratuito (A/R) ogni dieci minuti dalla fermata della metropolitana EUR Fermi al Palazzo dei Congressi, dall'apertura della manifestazione fino alla chiusura.

SEGNALAZIONE del Prof. Giorgio de Marchis

Visão pessoal do "Faustdipessoa", de Vilma Gidaro

Agradecemos do coração à Vilma Gidaro, estudante apaixonada da língua e da cultura portuguesas, as palavras que escreveu acerca do ambiente em que estuda português e do que sentiu na noite de 13 de Novembro, em que mais de 150 pessoas, ligadas por Pessoa, se reuniram no Colosseo-Nuovo Teatro para ver a peça de Luciana Grifi, "Faustdipessoa".


O "meu" Português e o "Faustdipessoa"

Antes de tudo tenho de dizer que estou vivendo um sonho….
Eu, que não sabia nada de um país como Portugal, e que em 2005 o descobri só por sorte, começo a entrar na cultura portuguesa de formas diferentes. Por isso tenho de agradecer em primeiro lugar à minha amiga Lúcia, que me pediu para a acompanhar na primeira viagem a Portugal, à minha mãe que em Setembro de 2006, antes de morrer, me ajudou a acreditar na possibilidade de estudar uma nova língua aos 44 anos de idade, aos meus professores – em especial ao Duarte Manuel Pinheiro, meu capaz, rigoroso, disponível e sensível professor desde o inicio. Ao Instituto Português de Santo António, que me acolheu em território português em Roma, e que me dá sempre a sensação de estar já entre num sonho... e agradeço, também à minha turma, que está sempre pronta a ouvir-me e a estar-me próxima com uma grande atenção.

Todo este discurso para tentar de explicar as sensações que tenho depois de ter visto na noite do 13 Novembro a obra teatral "FaustdiPessoa" de Luciana Grifi, com encenação de Sergio Basile no Colosseo-Nuovo Teatro.

A primeira sensação está ligada à numerosa e heterogénea presença de pessoas que, como eu, estão a estudar e a começar, em várias maneiras, a tornar seu Portugal, a língua e a cultura portuguesa, só por amor. Uma relação com Portugal que é, para quase todos, não imposta mas procurada: querida!
Partilhar esta coisa com tão grande número de pessoas deu-me muita alegria.
Outras sensações são aquelas sobre a própria representação, que tento sintetizar.
Gostei muito da sua estrutura: cenas, luzes, música, adereços, atmosfera que, para mim, foram bem escolhidos para representar a época da história vivida por Fernando Pessoa e Ofélia (anos 1920-30). Muito apreciáveis as fotografias projectadas sobre a “porta da cena”.
Gostei menos da caracterização da figura de Pessoa e da etérea Ofélia; assim propostos, dão uma visão, para mim, exagerada e longe do amor que se passou entre eles.
Desaprovei, talvez, porque tenho uma ideia sagrada de Fernando Pessoa, um Pessoa demasiado ridicularizado – ainda que, é verdade, o amor ponha as pessoas a ridículo – mas teria de ser representado um amor mais sonhador, mais poético, menos cheio de mimalhices. A Ofélia, então, não parece uma jovem mulher seduzida pela forte personalidade (e não só uma) do escritor, muitos anos mais velho do que ela, mas uma mulher teimosa.
Melhor achei a representação do Diabo, que me pareceu mais correspondente à visão que Pessoa dava dele.
No conjunto acho que foi uma boa experiência para reter os meus olhos sobre um dos aspectos do génio português.

VILMA GIDARO

"As duplicações do Senhor Ninguém" de Laure Cavaniè

Laure Cavaniè estuda Português há um ano: o que começou por ser um interesse vago tornou-se num esforço sério e num resultado francamente positivo. Escreve-nos agora "As duplicações do Senhor Ninguém", um texto de grande complexidade, sobre Fernando Pessoa, autor estudado recentemente por ocasião da ida ao teatro "Faustdipessoa"...




As duplicações do Senhor Ninguém

Pessoa, poeta múltiplo, para quem na base de cada ser humano existe um princípio de incompletude, considera o ser humano como insuficiente e, por conseguinte, tem necessidade de um outro. Para ele, é como se o indivíduo procurasse, não ser reconhecido, mas ser contestado. A criação das identidades múltiplas poderia responder a um sobressalto vital que protegeria o sujeito de um arrasamento total. Então, a fracção em várias duplicações permite superar a inexistência sentida.

Por isso parece que tenha sido vital para Pessoa inventar outros “eus”, ora reais, ora fictícios, para poder enfim obter um “ego” constituído de todas as suas partes, a que chamará heterónimos.

No entanto, em total perda de identidade, Pessoa tenta multiplicar os espelhos para enfim poder receber um único reflexo que seria o seu. Mas o escritor perde-se cada dia mais a tal ponto de escrever a antigos professores, fazendo-se passar por um psiquiatra encarregado de curar Fernando Pessoa, para lhe perguntar as suas opiniões sobre o estatuto mental de adolescente que foi.

E verdade que ele sofria por não se sentir ser, mas podia também ser que sofresse por ser só esse único “eu” que não reconhecia como seu. Parece que Pessoa se via como sendo vários. Poderia ser que a prática dos seus quarenta quatro heterónimos tinha sida o seu modo de escapar aos limites da sua personalidade.

Mas, apesar do “aspecto psiquiátrico da sua heteronomia”, Pessoa é considerado como um dos maiores escritores e poetas portugueses do século XX.
Então, Fernando Pessoa, era um génio porque era louco ou era um louco porque era génio?!

LAURE CAVANIÈ

"Tecnologia e comunicação" de Denise Molica

A estudante de Português Denise Molica respondeu ao nosso repto e escreveu um texto dee norme qualidade qu nos deu autorização de aqui publicar. Obrigado, Denise!


Tecnologia e comunicação

Os grandes desenvolvimentos das últimas décadas nas tecnologias de informação alteraram completamente a nossa maneira de comunicar com os outros. Talvez, fosse interessante definir, antes de tudo, o que é que significa “comunicar”, se isso é só uma troca de informações, ou se pressupõe uma relação mais profunda. Também uma abordagem histórica poderia ser útil: da evolução da comunicação interpessoal à comunicação virtual, uma abordagem que comece das representações icónicas nas cavernas de Altamira, até ao Facebook. Assim, seria mais possível perceber como é que aconteceu aquela que me parece quase uma mudança genética: do “homo loquens e pictor” ao “homo digital”.

A comunicação do homo loquens era fruto de uma habilidade intelectual, manual e emotiva, mas é verdade que as suas mensagens estavam muito reduzidas em termos de difusão. A invenção e a inovação dos meios impressos (livro e jornal) e tecnológicos (cinema, rádio e televisão) amplificaram as mensagens para um público numeroso e heterogéneo. Entretanto, parece que a evolução tecnológica iria propiciar o aparecimento de uma nova forma comunicativa. A Internet, por exemplo, já esta a alterar a nossa noção de tempo, de espaço e de sociabilidade. A rede é a ideia chave, porque significa que estamos perante um universo comunicativo em que tudo está ligado, em que o valor é dado pelo estabelecimento de uma conexão, de uma relação, embora seja superficial. E na medida em que a conectividade é efectuada através de um ecrã, esta nova comunicação é “virtual”. Para mim, esse adjectivo não deve entender-se como oposto a “real” mas como forma de visualizar e manipular informações, interagindo com o mundo através de um ecrã. O que faz a grande diferença entre o ecrã televisivo da era dos mass-media e o ecrã informático, é que a televisão traz o mundo publico para dentro de casa, enquanto com a internet o mundo interior de cada individuo é levado para o espaço publico, para o mundo interpessoal.

Eu não sou uma pessoa anti-tecnológica: o computador e a internet facilitam bastante a minha vida no sentido do trabalho, mas é preciso reconhecer os limites. A internet submerge-nos pela quantidade de informações, o que não faz de nós necessariamente pessoas mais informadas ou que sabem comunicar melhor. A tecnologia permite-nos comunicar mais rápido, mas a profundidade das comunicações é muito mais fraca e superficial. Vejo muitos amigos que se sentem perdidos sem o seu mail ou internet e que precisam “viver” também no Double Life. Talvez porque as fronteiras entre real e irreal fornecidas pela internet são as únicas que ainda não precisam de passaporte, a gente gosta tanto de cruzá-las sem limites.

Acho que a tecnologia nos ajuda a trocar informações mas não podemos delegar o nosso mundo interpessoal, as emoções, que são a vida real e a verdadeira comunicação, aos meios tecnológicos. No vazio existencial promovido por esta era, parece-me que hoje, mais do que nunca, todos nós precisamos de estabelecer relações profundas e lembrar-nos, de vez em quando, do nosso velho, esquecido homo loquens e pictor.

DENISE MOLICA

martedì 18 novembre 2008

"Pranzo di Ferragosto" em Portugal - por Eurico de Figueiredo


EURICO DE FIGUEIREDO escreve sobre "Pranzo di Ferragosto" no Diário de Notícias de hoje. Publicado em:

75 minutos para conhecer o filme sensação do cinema italiano

Estoril Film Festival

Custou uma ucharia, 50 mil euros, e dura apenas 75 minutos. Foi escrito e é realizado e interpretado pela mesma pessoa, o argumentista e cineasta estreante Gianni Di Gregorio, que assinou o guião de Gomorra de Matteo Garrone, que nem por acaso é também o seu produtor. Tem actrizes não-profissionais nos principais papéis. E é uma das sensações deste ano do cinema italiano, tendo ganho o Prémio Luigi De Laurentiis de melhor primeiro filme no Festival de Veneza. Pranzo di Ferragosto passa hoje na Competição do Estoril Film Festival (19.30, Casino Estoril), e posiciona-se como um dos candidatos mais fortes a levar o prémio da secção para casa.

Di Gregorio interpreta Luigi, um homem de meia-idade que vive em Roma com a mãe idosa, viúva e semi-reclusa, passando o dia a tomar conta dela. Já tiveram uma vida confortável e sofisticada quando o pai era vivo, mas é mais do que claro que agora mãe e filho vivem com algumas dificuldades. E é precisamente em troca do perdão das dívidas ao condomínio, e de pequenos privilégios como a chave do elevador, que Luigi aceita tomar conta da mãe idosa do administrador do prédio, para este ir gozar o feriado do meio de Agosto (o Ferragosto do título).

Só que atrás da mãe vem também a tia idosa e algo repetitiva daquele. E depois destas duas, chega ainda a mãe do médico de Luigi, que está de banco no feriado e não pode cuidar dela. E num ápice, o ocioso Luigi vê-se não com uma, mas quatro velhotas em casa, a ter que cozinhar para todas, não se esquecer das horas dos comprimidos delas, não as deixar ir deambular pelas ruas para apanharem ar, ouvir as caturrices e aparar os caprichos.

Baseado numa situação autobiográfica - Gianni Di Gregorio viveu com a mãe viúva durante vários anos -, Pranzo di Ferragosto é a história singela, terna e melancólica, de um homem passivo e bondoso, resignadamente agrilhoado à mãe, que já não tem desejos, ambições nem futuro, e que é posto de súbito perante uma situação que põe em causa a sua rotina de filho devotado e testa a sua paciência, e da qual se quer ver livre rapidamente.

Di Gregorio entrou apenas noutro filme - de Matteo Garrone - antes deste, mas as quatro velhas senhoras que o acompanham, essas, nunca foram actrizes, e algumas delas estavam inclusivamente em casas de repouso. O realizador, argumentista e intérprete de Pranzo di Ferragosto optou por não-profissionais por uma questão de "espontaneidade e verdade". E estas duas palavras, além de caracterizarem as interpretações delas e dele, ajudam a resumir as qualidades desta fita.

EURICO DE FIGUEIREDO

venerdì 14 novembre 2008

Nápoles e Conceição Praia por Angela Di Matteo

A nossa aluna Angela Di Matteo, estudante de Português na Università degli Studi di Roma Tre, é também jornalista. Publicou há tempos uma notícia sobre a exposição de pintura de Conceição Praia, patente até há pouco na galeria de arte do Instituto Português de Santo António.



Queremos felicitar Angela Di Matteo, depois de termos felicitado já Conceição Praia. Portugal e Itália unidos na exposição, e também neste artigo, publicado em:





Também citado em:

http://lalunaelelucciole.splinder.com/post/18763275/%E2%80%9CQUANDO++L%E2%80%99ARTE++INCONTRA+



Quando l'arte incontra il volontariato


"L'amore per questo paese è nato per caso - racconta con un accento delizioso la pittrice portoghese Conceição Praia - sono venuta in Italia, sono andata a Napoli e me ne sono innamorata".
Le tele sono vere e proprie finestre spalancate nella realtà turistica e urbana di Napoli e catturano balconi, vicoli, liutai e pescatori. Una realtà forse troppo vicina ai luoghi comuni se non fosse per il fatto di averli generati. Questa Napoli esiste ed è bella. C'è il mare di Mergellina, la folla di San Gregorio Armeno e i vecchi che giocano a carte al bar. C'è il pescivendolo, il pino marittimo e il Vesuvio col fedele Monte Somma. Insomma all'appello non manca proprio nessuno, eppure queste che sembrerebbero cartoline per turisti sono quadri dai colori forti e decisi, vive testimonianze di una città che oscilla tra modernità e tradizione.
Sulle tele della Praia c'è la gente comune, il "popolo della città" come dice la stessa artista, persone normali che fanno cose normali, ma che risultano personaggi necessari a uno sfondo che solo con la loro presenza si colora di rumori e profumi.
"Ho iniziato a fare tantissime foto e poi una volta a casa ho riunito i pezzi e sono nati i miei quadri" conclude la pittrice nella chiacchierata che mi concede. Intanto la musica di sottofondo è ormai soffocata dal brusio degli ospiti e finalmente la parola va all'Ambasciatore portoghese Joao da Rocha Pàris. Ringrazia brevemente noi presenti e passa il microfono al Dott. Paolo Cespa, presidente della KIM, che con sincera commozione rivolge il suo più grande "grazie" a un'artista che ha scelta di donare il ricavato della mostra per sostenere l'operato della Onlus romana. L'associazione KIM infatti utilizzerà i soldi dei quadri venduti per curare bambini provenienti da più di 28 Paesi del Mondo Povero affetti da gravi malattie.




ANGELA DI MATTEO

Grande êxito pessoano, ontem à noite

óculos de Fernando Pessoa

Grande êxito pessoano, ontem à noite...
E não nos referimos, é claro, ao leilão dos bens do poeta português, que decorria à mesma hora, em Lisboa... (ver http://viadeiportoghesi.blogspot.com/2008/11/teatro-de-pessoa-objectos-de-pessoa.html)



O grande encontro de estudantes de Português, e amigos de Portugal, que juntou ontem – apesar do temporal que se abateu sobre Roma – mais de 150 pessoas no Teatro Nuovo Colosseo para ver o espectáculo teatral FAUSTDIPESSOA, de Luciana Grifi, com encenação de Sergio Basile, que era também o protagonista da peça (Diabo/Fernando Pessoa).

Depois do engano que a autora criou, invocando um grande actor português, Aguinaldo Carranza, que, na realidade, não existia, e de um falso problema de luzes e de organização no início do espectáculo, a peça capturou a atenção de um público numeroso e interessado.

A noite concluiu-se com uma breve mas valiosa intervenção da Professora Giulia Lanciani, nome maior do lusitanismo e da lusofilia da Universidade italiana, autora de um ensaio sobre o Faust de Pessoa, que os alunos tiveram a oportunidade de ler antecipadamente.

Evidentemente, o grande sucesso da noite deve-se à presença de tantos entusiastas, de alunos de Português que trouxeram a família e os amigos, de quem nos é impossível aqui recolher todos os nomes.

Porém queríamos citar e agradecer particularmente os alunos que demonstraram, uma vez mais, ser a verdadeira força de Portugal no estrangeiro. Como dizia Fernando Pessoa: «A MINHA PÁTRIA É A LÍNGUA PORTUGUESA» e a presença de tantas pessoas demonstrou como um país pequeno como Portugal pode ganhar uma dimensão tão grande!

Pedindo que transmitam os agradecimentos aos respectivos convidados, o nosso BEM-HAJAM do coração aos ALUNOS

Gabriele Beghini,
Isabel Sperl,
Isabella Piga,
Laura Canzio,
Paola Barbieri,
Paola Proietti,
Roberto Jachetta,
Roberta Spadacini,
Irenella Sardone,
Isabella Mangani,
Loredana Mauro,
Silvia La Rosa,
Roberto Manigrasso,
Francesco D’Atri,
Danilo Vitali,
Leslie Amoroso,
Ilaria de Franchis,
Fabrizio Riccardo Verile,
Ivana Bartolini,
Augusta Lollini,
Enrico Vianini,
Germana Lardone,
Vilma Gidaro,
Federica Forte,
Vincenzo Marzotti,
Cristiano Cirillo,
Corrado Grimaldi,
Massimiliano Rossi,
Laura Carletti,
Isabella Padellaro,
Berenice Rosa,
Gabriele Pedullà,
Giulio Maselli,
Rossana Rusca,
Cristina Cofacci,
Denise Molica,
Paolo Roberto Zampella,
Matteo Benvenuti,
Maria Chiara Cantucci,
Ruggero Apruzzese,
Noeba Marinella Zappalà,
Emanuele Guarino,
Claudio Coletta,
Martina Fucci,
Matteo Branca,
Gabriele Cagni,
Enrico Zacchei,
Francesco Semeraro,
Alessandra Fiandra,
Elisa Palazzetti,
Elisa De Nicola,
Giulia Demofonti,
Silvia Demofonti,
Maria Paola Sattoli,
Valeria Di Marco,
Alessandro Moschini,
Flavia Nardoni,
Federica Siconolfi,
Monica Marcozzi,
Marica Appoloni,
Angela Borgna,
Alessandra Madonna,
Angela Di Matteo,
Ilaria Bacolini,
Alessandra Silos de Brito,
Simona Capanna,
Cleo Cirelli,
Elisa Fiorenza,
James Parkin,
Andrea Matteucci,
Gabriele Buccilli,
Emilia Manti,
Antonia d’Amico,
Valentina Amicone
e alguns alunos da Embaixada do Brasil.

Os Professores: Giulia Lanciani, Francisco Dias, Taisa Lucchese, Duarte Pinheiro.


AVVISO 1:
Nel caso qualcuno dei partecipanti avessi scattato delle foto durante la serata, si prega vivamente di inviarcele via e.mail a
franciscodias@instituto-camoes.pt, per avere anche una memoria visuale dell’incontro con Pessoa, a

AVVISO 2:
Chiedendo scusa nel caso ci sia stato dimenticato il nome di alcun partecipante, si chiede gentilmente di scrivere allo stesso indirizzo di posta elettronica, per essere inseriti in questa lista.

"A Corte do Norte" IX - por Laura Canzio

Comentário de uma aluna de Português ao filme "A Corte do Norte" de João Botelho, visto em grupo na passada sexta-feira, dia 31 de Outubro.


O realizador português João Botelho retira o filme do romance de Agustina Bessa-Luís. No início do filme está a chave de leitura principal dele: é um quadro de Caravaggio que representa a história de Giuditta e Oloferne, imagem que resume a atitude das mulheres, submissão e libertação.O realizador quis representar esta ideia.
As mulheres, de gerações diversas, devem lutar pelas mesmas coisas.Fala-se de mulheres fortes e homens fracos: no quadro de Caravaggio uma mulher corta a garganta de um homem.
O filme abre-se com Rosalina, uma rapariga de hoje, que sente uma misteriosa semelhança espiritual com as mulheres do passado da sua família. É uma viagem entre 1960 e 1860, na Corte do Norte.
Na ilha da Madeira, a rapariga esta fascinada pelos mesmos rochedos que atraíram a Baronesa Rosalina de Barros.
A personalidade desta mulher realiza-se em passagens sucessivas, do bordel frequentado na adolescência à fama de grande actriz teatral no fim de '800, com o nome de Emília de Sousa, ao matrimónio com Gaspar de Barros, o milionário e mulherengo que fez dela uma baronesa.
Rosalina identifica-se com as diversas partes. Conheceu a Princesa Sissi, imperatriz da Áustria, no Inverno de 1860-61, e depois da sua partida encena um triste destino sobre os rochedos da Corte do Norte.
A ilha de Madeira é uma protagonista ela mesma, sempre presente com a força da sua natureza.Ana Moreira é a actriz que interpreta todos os personagens femininos que são Sissi, Rosalina, Emília de Sousa, Águeda e Rosamund, todas estas mulheres se parecem fisicamente, parecendo também a mesma mulher impaciente da ordem que as sufoca, revolucionárias na vida.
Ana Moreira com a sua interpretação dá uma continuidade total. A história roda a volta do mistério que circunda o desaparecimento da Baronesa Rosalina de Barros. Os mais dizem que ela se suicidou, deitando-se dos rochedos em frente da moradia no Norte da Ilha. Dizem também que ela ficou doida, pensava de ser a imperatriz Sissi, de quem copiava gestos, comportamentos e maneiras de falar e as duas pareciam-se assim tanto que a soberana austríaca estava muito nervosa por isto.
Sissi exprime um poder feminino num mundo governado pelos homens, modelos de um masculino ao poder sempre igual nos séculos. Ela era uma mulher emancipada, a primeira mulher do século passado que teve muito poder e a comportar-se como um homem, anticonvencional e escandalosa. Rosalina, por seu lado, era demasiado moderna em relação aos seus tempos: esteve no norte da Madeira por quatro meses, durante os quais bebia com os pescadores, andava a cavalo, dançava toda a noite nas tascas. O cadáver da Baronesa não foi nunca reencontrado, alguém pensava que ela tinha fugido com o amante, um primo do marido.
Botelho não se inspira só na pintura de Caravaggio, mas também n’ "A morte de Marat" de Jacques-Louis David, que se vê no momento em que o pai de Rosalina, nos anos '60, é encontrado sem vida na sua banheira.
Botelho ama o claro-escuro dos quadros e utiliza o digital alta definição para exaltar o ser material e as imperfeições de homens e objectos e utiliza mesmo as duas telas, de Caravaggio e David, pelo estilo do uso da luz que ilumina coisas e personagens evidenciando a crua realidade.
LAURA CANZIO

giovedì 13 novembre 2008

Teatro de Pessoa - Objectos de Pessoa


No dia em que um grande grupo de Estudantes de Português e de Amigos de Portugal e da cultura portuguesa vai ao teatro ver Faustdipessoa, de Luciana Grifi, o quotidiano lisbonense "Diário de Notícias" publica a notícia de que, à mesma hora, em Lisboa, se irá realizar em Lisboa um leilão de objectos de Fernando Pessoa, na posse da família do poeta.


Fotografias, manuscritos, correspondência e outros papéis de Fernando Pessoa vão hoje a leilão (21.00, Centro Cultural de Belém) podendo ser comprados por qualquer pessoa. Porém, o comprador chegará ao final da noite sem ter a certeza de que os bens que licitou irão de facto ser seus. Terminada a venda, a leiloeira deverá informar o Estado de todos os bens vendidos, valores envolvidos e identificação dos compradores. E o Estado terá, então, oito dias para exercer o direito de preferência.

"Quer esteja ou não presente um representante do Estado no leilão, iremos ser informados e decidiremos depois quais os bens sobre os quais iremos exercer o direito de preferência" - de acordo com o que está previsto na lei em relação aos bens classificados ou em vias de classificação - explicou ao DN o ministro da Cultura, José Pinto Ribeiro. No caso dos documentos de Pessoa, o processo de classificação está ainda em curso depois de, no passado dia 23, ter sido publicado o respectivo despacho em Diário da República.

Sem querer revelar se o ministério tem ou não uma lista de bens que considera essenciais ou se tem um valor limite para gastar com o espólio de Pessoa, o ministro diz apenas que "há documentos em relação aos quais o conteúdo é mais importante do que o suporte", pelo que, "se a digitalização disponibilizada" tiver sido feita em condições não há necessidade de comprar.

Outro factor "determinante" será "saber quem compra". Se o comprador for uma instituição ou um particular que "dê garantias de exercer a sua responsabilidade social", preservando e disponibilizando os bens, o Estado também não deverá intervir. As vendas serão avaliadas caso a caso.

Apesar de toda a polémica, 400 mil euros é o valor estimado que a leiloeira prevê atingir esta noite. Na última semana, a galeria Potássio 4 recebeu bastantes visitas e pedidos de informação de interessados nas peças mas o leiloeiro, Luís Trindade, não sabe dizer se o processo de classificação irá contribuir de forma positiva ou negativa para o sucesso do leilão. "É impossível prever o que vai acontecer." A classificação pode, por exemplo, afastar compradores estrangeiros.

"O que é que o Estado vai fazer? Vai haver um polícia a tomar conta dos documentos para impedir que eles saiam do país? É impossível controlar isso", alerta José Barreto, investigador do Instituto de Ciências Sociais que há anos se dedica à obra de Pessoa e que defende que o Estado deveria impedir a dispersão do espólio. Pinto Ribeiro concorda que é impossível controlar mas espera que as pessoas cumpram a lei e lembra que os bens classificados não podem ser vendidos ou deslocados sem a prévia autorização do Estado. "A lei tem um carácter preventivo", diz. Quem não a cumprir a estará sujeito ao Código Penal, como qualquer criminoso.


MARIA JOÃO CAETANO

in

mercoledì 12 novembre 2008

Actividades de Sábado: Vale Abraão


Recomeçam este fim-de-semana as actividades de sábado na Faculdade de Letras da Università Roma Tre. Para o ano lectivo de 2008-09 estão previstas iniciativas variadas que compreendem visitas de estudo pela cidade, inquérito a tradições e festividades portuguesas, encontros com artistas e intelectuais, participação em eventos oferecidos pela cidade de Roma, e a projecção de documentários e filmes.

O primeiro destes encontros será sábado próximo, com o início do ciclo de cinema "Manoel de Oliveira - 100 anos", que pretende homenagear um dos mais importantes cineastas portugueses de sempre e que celebra, no próximo dia 11 de Dezembro, cem anos de vida.

MAIS sobre Manoel de Oliveira
http://www1.uni-hamburg.de/clpic/tematicos/cinema/realizadores/oliveira_manoel.html

A abrir este ciclo Vale Abraão, um dos filmes mais emblemáticos de Manoel de Oliveira:

Questa è la storia di Ema, una donna dalla bellezza minacciosa. Per Carlos, suo marito, che lei ha sposato senza amore, il suo è un volto che può giustificare la vita di un uomo. Il suo gusto per il lusso, le sue illusioni e il desiderio che fa nascere negli uomini, le sono valsi il nome di “Bovarinha”. Ha tre amanti, ma i suoi amori successivi le hanno dato solamente una sensazione di grande disillusione, tanto che ha cominciato a pensare di essere soltanto «um estado de alma em balouço». Ema muore – accidentalmente? – in una giornata di sole splendente, dopo essersi vestita come per andare ad un ballo.

VER
http://www.amordeperdicao.pt/basedados_filmes.asp?FilmeID=78

DIA:
15 de Novembro
HORA:
11h00
LOCAL:
Aula 21
Facoltà di Lettere
Università degli Studi di Roma Tre
Via Ostiense, 234
COMO CHEGAR?
- Autobus 23
- METROPOLITANA linea "B" - fermata "MARCONI"


"Nel mezzo del cammin" em honra de Giuseppe Mea


Nel mezzo del cammin
Jornada de estudos italianos em honra de Giuseppe Mea


Assinalando a aposentação do Dr. Giuseppe Mea, a Faculdade de Letras do Porto vai realizar, a 24 e 25 de Novembro próximos, Nel mezzo del cammin - Jornada de estudos italianos em honra de Giuseppe Mea.


Confirmadas as participações de:

Agostinho Araújo (Univ. do Porto), Albano Martins, Alberto Sismondini (Univ. de Coimbra), Alexandra Moreira da Silva (Univ. do Porto), Aniello Avella (Univ. Tor Vergata), Bernardo Pinto de Almeida (Univ. do Porto), Brunello De Cusatis (Univ. Perugia), Catia Benedetti (Univ. Açores), Celina Silva (Univ. do Porto), Cidália Dinis (Univ. do Porto), Clelia Bettini (Univ. Coimbra), Cristina A. M. de Marinho (Univ. do Porto), Elio Pecora, Elisa Gomes da Torre (Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro), Elsa Pereira (Univ. do Porto), Francisco Topa (Univ. do Porto), Geraldo Coelho Dias (Univ. do Porto), Giulia Lanciani (Universidade de “Roma Tre"), Giuseppe Tavani (Universidade de Roma " La Sapienza "), João Alves Dias (Univ. Nova de Lisboa), Jorge Martins Ribeiro (Univ. do Porto), José Rui Rocha, Maciel Morais Santos (Univ. do Porto), Manuel Augusto Rodrigues (Univ. de Coimbra), Maria Bochicchio (Univ. do Porto), Mariagrazia Russo (Univ. « La Tuscia » de Viterbo), Maria João Reynaud (Univ. do Porto), Maria Luisa Cusati (Istituto Univ. Orientale, Nápoles), Maria Luísa Malato Borralho (Univ. do Porto), Mário Cláudio, Mário Vilela (Univ. do Porto), Marta Afonso (Univ. do Porto), Monica Lupetti (Univ. de Pisa), Patrícia Monteiro da Silva, Ricardo Pais, Rita Ciotta Neves (Univ. Lusófona), Rita Marnoto (Univ. de Coimbra), Simonetta Neto, Susana Restier Poças, Valter Hugo Mãe, Vasco Graça Moura, Vítor Teixeira (Univ. Católica).



A Comissão Organizadora:

Francisco Topa (ftopa@letras.up.pt) da FLUP

Rita Marnoto (rmarnoto@fl.uc.pt) da FLUC




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NOTA: Agradecemos à gentilíssima Senhora Professora Doutora Rita Marnoto a comunicação do evento.