No âmbito da XI Semana Cultural da Universidade de Coimbra, que decorreu entre os passados dias 28 de Fevereiro e 7 de Março, foi apresentado no Hotel Astória o volume "Negreiros-Dantas. Uma página para a história da literatura nacional. Coimbra manifesto 1925". http://www.uc.pt/cultura/xisemanacultural/dia5
Às 20 horas de domingo, 1 de Março, teve lugar um "banquete aerofuturista "ZUM-PIM-PUM" encenado pelo belga Peter de Bie, antecedido pela leitura dos manifestos, por João Grosso, descobertos e publicados pela Professora Rita Marnoto, directora do Instituto Estudos Italianos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra .
Eis a notícia do evento, publicada pela agência LUSA (Coimbra, 21 Fev):
Coimbra: dois manifestas futuristas publicados no início do século XX editados em livro
Um livro que reúne dois manifestos futuristas publicados em Coimbra no início do século XX e um estudo sobre o seu significado, os protagonistas e a "sua inserção na literatura portuguesa", é publicado domingo pela editora Fenda.
A responsável pela publicação, Rita Marnoto, directora do Instituto Estudos Italianos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC), considera que do livro "resulta uma nova imagem do futurismo português, que não se fica pelo panorama da cidade de Lisboa, dando o devido relevo aos núcleos futuristas de Coimbra".
A obra, com mais de 100 páginas, reúne dois manifestos publicados no primeiro cartel do século passado por estudantes da UC - um em 1916 por Francisco Levita e outro em 1925 por um grupo de quatro escritores que assinavam com os pseudónimos de Mário Coutinho, Abel Almada, João Carlos Celestino Gomes e António de Navarro.
Intitulado "Negreiros - Dantas. Uma página para a história da literatura nacional. Coimbra manifesto 1925", o livro é apresentado domingo às 20:00 horas, no Hotel Astória, no âmbito da XI Semana Cultural da UC, numa sessão "futurista, sem discursos", com o actor João Grosso a ler os manifestos fac-similados na obra.
O primeiro, de Francisco Levita, desafia de forma provocatória o escritor Almada Negreiros por este ter publicado o manifesto Anti-Dantas.
"Escreveu Francisco Levita que se alguém se preocupa com Júlio Dantas como ele o fez é porque ainda é pior do que ele e concluiu que Almada Negreiros era um Dantas número dois", explica Rita Marnoto, professora de literatura comparada da UC.
O segundo manifesto inseriu-se numa série de actividades e manifestações vanguardistas em Coimbra, entre elas uma conferência no teatro Sousa Bastos, intitulada "Sol", que terminou com "um banho de agulheta", depois de um dos participantes abrir as torneiras e as mangueiras de segurança e molhar os presentes.
Segundo Rita Marnoto, o manifesto de 1925 é "fundamental para se compreender uma página da literatura portuguesa que não tem sido devidamente explicada e que resultou no aparecimento da revista Presença, em Coimbra".
"O manifesto é o trampolim para a revista", sublinha a investigadora.
Lançada em Coimbra, a 10 de Março de 1927, pelo escritor Branquinho da Fonseca em parceria com José Régio, a Presença foi uma das mais influentes revistas literárias portuguesas do século XX, tendo publicado 54 números até à sua extinção em 1940.
A responsável pela publicação, Rita Marnoto, directora do Instituto Estudos Italianos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC), considera que do livro "resulta uma nova imagem do futurismo português, que não se fica pelo panorama da cidade de Lisboa, dando o devido relevo aos núcleos futuristas de Coimbra".
A obra, com mais de 100 páginas, reúne dois manifestos publicados no primeiro cartel do século passado por estudantes da UC - um em 1916 por Francisco Levita e outro em 1925 por um grupo de quatro escritores que assinavam com os pseudónimos de Mário Coutinho, Abel Almada, João Carlos Celestino Gomes e António de Navarro.
Intitulado "Negreiros - Dantas. Uma página para a história da literatura nacional. Coimbra manifesto 1925", o livro é apresentado domingo às 20:00 horas, no Hotel Astória, no âmbito da XI Semana Cultural da UC, numa sessão "futurista, sem discursos", com o actor João Grosso a ler os manifestos fac-similados na obra.
O primeiro, de Francisco Levita, desafia de forma provocatória o escritor Almada Negreiros por este ter publicado o manifesto Anti-Dantas.
"Escreveu Francisco Levita que se alguém se preocupa com Júlio Dantas como ele o fez é porque ainda é pior do que ele e concluiu que Almada Negreiros era um Dantas número dois", explica Rita Marnoto, professora de literatura comparada da UC.
O segundo manifesto inseriu-se numa série de actividades e manifestações vanguardistas em Coimbra, entre elas uma conferência no teatro Sousa Bastos, intitulada "Sol", que terminou com "um banho de agulheta", depois de um dos participantes abrir as torneiras e as mangueiras de segurança e molhar os presentes.
Segundo Rita Marnoto, o manifesto de 1925 é "fundamental para se compreender uma página da literatura portuguesa que não tem sido devidamente explicada e que resultou no aparecimento da revista Presença, em Coimbra".
"O manifesto é o trampolim para a revista", sublinha a investigadora.
Lançada em Coimbra, a 10 de Março de 1927, pelo escritor Branquinho da Fonseca em parceria com José Régio, a Presença foi uma das mais influentes revistas literárias portuguesas do século XX, tendo publicado 54 números até à sua extinção em 1940.
AMV.
Lusa
Lusa
1 commento:
Mário Coutinho, Abel Almada, João Carlos Celestino Gomes e António de Navarro: nenhum destes nomes corresponde a um pseudónimo - são os nomes verdadeiros de cada um destes autores. O que acontece é que eles também usaram pseudónimos em situações bem determinadas. Assim, Mário Coutinho às vezes assinava como ÓSCAR; Abel de Almada era TRISTÃO DE TEIVE (sobretudo no 'Folhetim da Presença' escrito a várias mãos; João Carlos Celestino Gomes, era médico e sempre que relacionava o seu nome com arte (Pintura ou Crítica de Arte) utilizava os nomes JOÃO CARLOS ou o pseudónimo PEREIRA S. PEDRO e sempre que escrevia sobre medicina ou ciência, usava os sobrenomes CELESTINO GOMES. Por fim, António Navarro utilizou por vezes o pseudónimo de PRÍNCIPE DE JUDÁ. Espero ter contribuído para esclarecer este assunto.
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