mercoledì 26 gennaio 2011

Conhecer Roma com Ferena Carotenuto

Estudar o Imperativo e descrever a própria cidade... Eis o repto lançado aos alunos de Português, a que Ferena Carotenuto respondeu com este belíssimo texto, em forma de carta à grande violinista Anne-Sophie Mutter, que aqui publicamos - e muito agradecemos!
Senhora Anne-Sophie Mutter
Violino solista
Orquestra Sinfónica de Berlim


Cara Sra. Mutter,
Respondo agora ao Seu pedido da semana passada: a Senhora queria algumas indicações para passar os seus dias de férias em Roma, depois do concerto que vai fazer no dia 21 de Abril no Auditorium, em ocasião do aniversário da fundação de Roma.

Roma pode-se conhecer de vários modos; eu queria aconselhar-lhe um tipo de conhecimento relacionado com os cinco sentidos, sendo a senhora, como todos os artistas, uma pessoa sensível e original.
Então, vou oferecer-lhe algumas sugestões para que a Sua permanência na minha cidade seja inesquecível. As minhas sugestões não vão ser convencionais, como aquelas que a senhora pode ler num qualquer livro para turistas.

Começo com o que a senhora pode relacionar com a vista: não veja sempre as mesmas coisas! Visite primeiro a Galeria Nacional de Arte Moderna, para compreender o nascimento da minha nação como estado unitário: observe as obras artísticas do fim do século XIX, que narram um país ainda subdesenvolvido, um país de campos, pauis, montanhas, aldeias isoladas, de lugares ainda selvagens; um país de doenças endémicas, de injustiças sociais e de desespero, um país de pobres emigrantes. Entenda como o meu país pagou a sua unificação com o estrago das classes sociais mais débeis. Suba depois ao segundo andar, e admire as obras dos famosos futuristas italianos, ligando este período artístico ao desenvolvimento económico e industrial de Itália. Depois, para concluir a conhecimento da época moderna, vá num carro conhecer a cidade longe do centro, posicionada nos lugares periféricos ao Norte e ao Sul, como nos bairros de EUR e do Estádio Olímpico, e contemple uma cidade planeada ao longo dos anos Trinta do século passado, injustamente descuidada pela maioria das guias turísticas. Falo do estilo arquitectónico nomeado “razionalismo”, um estilo único na tradição artística da arquitectura italiana, um estilo revolucionário na sua total ausência de elementos decorativos clássicos, um estilo simples, mas elegante; um estilo realizável com materiais locais, num período histórico de isolamento político e económico do país: observe a utilização da pedra típica de Roma, o travertino, o uso do vidro com o ferro ou o bordo, a presença do betão armado nas estruturas internas dos edifícios. Note os arcos e as linhas rectas, as formas rectangulares construídas com a secção áurea, imitando os Romanos antigos. Tudo dá uma impressão de ordem, lógica, e de coerência: elementos ideológicos dum regime ditatorial que marcou de maneira notável a história recente do meu país. Porém isso não tem de diminuir o valor estético da criatividade dos arquitectos italianos da época: um juízo político do estilo racionalista não tem sentido.

Continuo com o segundo sentido, o gosto. Não esqueça começar o seu dia com um típico pequeno-almoço romano: beba um galão escuro (cappuccino) e coma esse bolo com nata que não sempre se pode comer nos cafés ou nas pastelarias locais, nomeado “maritozzo con la panna”; porém há uma boa pastelaria não longe do seu hotel, na rua Ludovisi, onde pode conseguir isso. Um almoço típico inclui sempre esparguete al dente, uma comida pobre, económica mas nutriente. O esparguete é servido com vários molhos, os mais famosos com ovos, queijo de ovelha, toucinho fumado frito, e muita pimenta preta (alla carbonara, ou do carvoeiro), ou com tomate, cebola, toucinho fumado frito, adubado com queijo de ovelha (esqueça então o parmesão uma vez em Roma!). Depois de um prato assim rico, prove os legumes típicos dos campos romanos: uma alcachofra inteira frita no azeite, crocante e saborosa! Tome mais tarde uma óptima bica na Galeria Alberto Sordi no centro, e prossiga esta viajem gastronómica: goze um gelado perto da Galeria Alberto Sordi, na pastelaria que se chama Giolitti. Agora falta só o jantar, e aconselho-a a ir ao bairro de Trastevere para que comer uma boa pizza romana, mas antes da pizza, prove as típicas frituras vegetais ou os famosíssimos croquetes de arroz com mozzarella. Não esqueça os vinhos locais: prefira sempre os vinhos brancos, muito mais delicados e com aromas de frutas e flores; o único vinho tinto que eu posso aconselhar-lhe seria o Shiraz, que tem também um gosto de flores e fruta, porém não se encontra facilmente nos restaurantes.

Prossigo com o terceiro e o quarto sentido, o olfacto e o tacto. Parece incrível, mas asseguro que em Roma há também perfumes deliciosos! Estando em Roma pelo fim de Abril, a Senhora vai encontrar todas as escadas da Praça de Espanha cheias de flores magníficas, de cores estupendas, com todas as possíveis variações cromáticas entre branco, cor-de-rosa, púrpura, fúcsia, vermelho… São flores grandes, suaves, fracas, finas e sedosas, são azáleas! Suba as escadas e toque as flores com as mãos, ou melhor, acaricie-as com o rosto, vai ser uma sensação dulcíssima! Esta experiência sensorial pode continuar ainda depois, quando visitar o jardim das rosas no Aventino. Aí os perfumes das rosas vão ser verdadeiramente inebriantes, com as cores inumeráveis das flores, de tantos e vários tamanhos e formas! E a suavidade das pétalas, como seda ou veludo. Mergulhe a sua cara nas rosas, mas cuidado com as abelhas! Elas também gostam das rosas. Mas o perfume mais doce do que todos é outro. Você sabe que em muitos dialectos italianos a palavra “laranja doce” se diz “Portugal?” Infelizmente, as flores de laranja doce não existem em Roma. Porém, temos outras flores de laranja, de aquelas amargas. Elas utilizam-se para que fazer perfumes. E o jardim de laranjeiras mais famoso da cidade não está longe do jardim de rosas: caminhe ainda poucos metros em cima da colina e vai estar ao lado da igreja de Santa Sabina. Procure ir ao pôr-do-sol, quando o perfume é mais intenso: feche os seus olhos e aspire a ar: vai parecer estar no paraíso!

Concluo com o último, mas não menos importante dos cinco sentidos: o ouvido. A senhora vai tocar no dia 21 de Abril o meu concerto preferido para violino e orquestra, o número 1 opera 35 por Tchaikowsky, e eu nunca poderei agradecer-lhe bastante para isto! Mas queria tentar algumas sugestões à mesma: três tipos de músicas romanas diferentes: uma música trágica, uma celestial e uma muito alegre. A primeira é uma ópera celebérrima de Puccini, inteiramente baseada em Roma nos tempos do domínio papal, uma história de amor infeliz: Você seguramente já sabe do que eu estou a falar: de “Tosca”! É ainda muito bela a interpretação da Maria Callas e Giuseppe di Stefano, e, sem sair da sua própria casa, ouça um CD, identifique-se com a Floria Tosca, e reviva a atmosfera lúgubre no Palácio Farnese e a morte da pobre mulher no Castel Sant’Angelo. Uma vez em Roma, não esqueça ver o Palácio Farnese, a igreja de Santo André della Valle, o Castelo de Sant’Angelo! A segunda música cantava-se exclusivamente dentro da Capela Sistina. Trata-se do Miserere por Gregório Allegri, uma composição a cappella para nove vozes masculinas divididas em dois coros: um de cinco e o outro de quatro. Era uma música tão especial, que ninguém a podia cantar fora da Capela Sistina mesma, sob pena de excomunhão. Creio que conhece muito bem esta história! Não acha que essa música é divina? A última música vai ser uma ópera ligeira ou comédia musical muito amada em Roma, o “Rugantino”. Não obstante um final trágico (Rugantino morre em cima da forca), a ópera mescla os dois elementos da índole romana, a comicidade ou a ironia, junto à melancolia. Especialmente as canções alegres e a famosíssima canção romântica “Roma non fa’ la stupida stasera” fazem parte do nosso imaginário colectivo de Romanos.

Então, espero que possa assim apreciar e conhecer também essas partes mais “sensuais” da cidade!

Com os melhores cumprimentos

Ferena Carotenuto
Guia Turística

Continua a actividade da Fundação Alfredo d'Andrade


La Fondazione Alfredo d'Andrade, ha il piacere di presentarVi


Alfredo dAndrade:

l'attività in Canavese e in Valle dAosta


a cura di Giuse Scalva e Bruno Orlandoni

giovedì 27 gennaio, ore 21


Pavone Canavese, Fondazione A. d'Andrade
Secondo incontro del ciclo di serate dedicate alla figura e all'opera di Alfredo dAndrade.

Oggetto della serata sarà lintensa attività di dAndrade in Canavese e in Valle dAosta.

INSTITUTO CAMÕES abertas as inscrições para os cursos a distância do 2º semestre 2010/2011


Candidate-se até ao próximo dia 6 de fevereiro.

Mais informações em http://cvc.instituto-camoes.pt/ensino-a-distancia/novos-cursos.html

lunedì 24 gennaio 2011

2 de Fevereiro: artista brasileira Flaminia Mantegazza na galeria IPSAR

Il Rettore dell’Istituto Portoghese di Sant’Antonio in Roma
Mons. Agostinho da Costa Borges

sotto l’alto patrocinio di S. E. l’Ambasciatore del Portogallo Presso la Santa Sede
Dott. Manuel Tomás Fernandes Pereira

In collaborazione con l'Ambasciata del Brasile presso lo Stato Italiano

ha il piacere di invitare la S.V.
all’inaugurazione della mostra personale di

Flaminia Mantegazza

che avrà luogo il 2 febbraio 2011 alle ore 18.30


La mostra rimarrà aperta fino al 13 febbraio 2011
dal mercoledì alla domenica, dalle ore 16.00 alle ore 19.00

Ingresso libero

Galleria d’Arte dell’Istituto Portoghese di Sant’Antonio in Roma
Via dei Portoghesi, 6 - I-00186 Roma

www.ipsar.org
appuntammenti@ipsar.org


Flaminia Mantegazza . Códigos genéticos

Esistono caratteri discontinui all'origine di ogni sequenza. Di ogni ordine. Luoghi in cui qualsiasi interferenza rispetto allo stato di omogeneità comincia ad apparire a sua volta alterata, senza regola e senza confine visibile rispetto agli assiomi di circostanza. Noi come esseri naturali non avremmo alcun modo di apprendere nulla sulla materia degli eventi, né su ciò che di essa la teoria ci rende possibile sapere. Ma grazie alla memoria possiamo vantare il ruolo di lettori della realtà umana, aiutati persino dal nostro inevitabile processo di dimenticanza. Non è stata infatti la scienza, per prima, a separarci intimamente dall'immediatezza, presunta o reale, dell'esperienza della natura e dei suoi avventi. Ma è stata la nostra pretesa di auto-proclamarci lettori del libro della natura, provando gratificazione nell'assegnare senso là dove l'intreccio di oblio e ricordo concederebbe almeno un'attenuazione della mediatezza. A fronte di una sempre maggiore sovrapposizione, di un'adiacenza del sapere al vero centro del mondo.

Ma quel che si deve poter scoprire ancora una volta, deve essere prima di tutto dimenticato. Così anche la capacità di poter studiare e riprodurre persino i più evidenti fenomeni di natura, come i colori e i loro influssi, è legata all'immenso distacco da ogni rapporto immediato con la natura, al di fuori del quale l'evoluzione organica e culturale ha condotto l'uomo di oggi. Come contemporanei siamo in un certo senso ciechi di fronte alla metaforica della leggibilità, amando allontanare ciò che costituisce lo spirito del tempo, benché esso ci domini.
Eppure, nelle nostre cellule, nella definizione dei codici genetici la sostanza ereditaria della materia vivente e il potenziale completo dello sviluppo futuro di un organismo può venire compreso e registrato proprio come un'eccezione modulabile. Un capitolo centrale nel libro della natura. All'interno dei cromosomi del nucleo cellulare, infatti, ogni forma possiede le capacità conservatrici di un testo scritto in codice. Per antenati e per discendenti.

Questo riferimento ad una grande tradizione metaforica viene suggerito da una modificazione del rapporto antitetico tra natura e rappresentazione dei fenomeni di natura. Il superamento di questo tipo di dialettica è dovuto alla fusione delle due diverse prospettive congiunte nella fisionomia del logos biologico e poi svelate nella trascrizione del genoma.
Quel che distingue la tradizione di un linguaggio cifrato di natura è la duplice ipotesi che nessuno voglia comunicare qualcosa, ma anche che nessuno voglia nascondere qualcosa. Ogni documento antico, ad esempio, potrebbe essere considerato sia un relitto, non intenzionalmente affidato ai posteri, sia un non-monumento. Una traccia la cui circostanza enigmatica si fonda su condizioni che non hanno mai costituito un volere umano, seppur dipendenti fatalmente dal volere del tempo. Attraverso il modello molecolare di un gene non è più concepibile che il codice in miniatura della vita venga esattamente a corrispondere ad un complicatissimo e specificato piano di sviluppo temporale; un lascito che in qualche modo contenga, in sé, i mezzi della propria origine e della successiva realizzazione.

Nell'orma fenomenologica dei lavori di Flaminia Mantegazza la metafora organica di una leggibilità è data dal grado in cui ogni composizione possa venir tanto disturbata quanto tradotta secondo precisi codici di lettura. Settori ordinati e originari che compaiono senza modularità, infrazioni e innesti che casualmente illuminano le peculiari funzioni dell'apparato genetico, tra l'orizzonte senza prospettiva e la linearità verticale di una marcata dimensione artistica. I tableaux en faisant dell'artista agli occhi diventano luce che guarda e che accompagna qualsiasi fenomeno di trascrizione e di fusione direttamente connessi al registro scopico.

La serie di lavori proposta nel percorso allestitivo di Códigos genéticos segue un arco compositivo di sette anni. Dal 2003 al 2010 emerge una periodica formale dell'artista caratterizzata dall'insistenza su alcuni aspetti e riti della dematerializzazione. Códigos genéticos ideata come una sequenza compartimentale di cromosomi (dal greco, parola composta da chroma e soma, cioè corpo del colore), mette in mostra processi plastico-pittorici come mitosi e meiosi; assumendo l'informazione genica del colore secondo combinazioni e caratteri dalla rilevanza ereditaria.

In questi dipinti esondanti, la nozione di arte totale o arte conclusiva non resta mai vittima di strategie concettuali, ma viene reinterpretata sotto forma di descrizione immanente, di intervento unico. Profondità di superficie in equilibrio tra la destinazione pittorica e il paesaggio dell'altorilievo. Cambiamenti di ritmo e di limiti strutturali degli elementi assemblati sono fattori intrinseci per questi lavori. Segni conformi della potenza di passaggi inviolabili rispetto a qualsiasi circostanza esterna. Impressioni non coniate né da logiche di mercato né tanto meno dall'industria della cultura.

Accanto alla molteplicità di crescenti modifiche di stile, per Flaminia Mantegazza, si nasconde il risultato di una propria ricerca, sintomo di uno sviluppo del ritorno; rientro al tradizionale ambito della pittura e delle sue astrazioni multiformi. Nel DNA di questi lavori si fonde il linguaggio minimale frutto di un concetto, un pensiero che lascia spazio all'immagine per fare emergerne il suo indelebile a priori.
Guardando ogni sezione compositiva si intuisce come i lavori esposti a parete si rivolgano al passare del tempo, momento di passaggio in cui qualsiasi ipotesi di riproducibilità si sgancia dall'oggetto di partenza e simula qualcosa d'altro.Convertendo le logiche della connotazione. Flaminia Mantegazza per non perdere né il principio né la fine dell'idea, imprime nella cellulosa la trasformazione delle proprie mani, rendendole terminazioni invariabili. Reti che catturano la realtà sotto forma di frammento. Di grana. Di mosaico a tuttotondo inventato per spezzare moti, onde e variazioni sopra la tela liscia.

Catene come interiora bianche, geometrie ad incastro di Burle Marx, nidi di miele e precise asimmetrie retrostanti divaricano le possibilità bidimensionali dei loro supporti, mischiando la memoria al suo contrario. Il fine qui è indicare un processo che interpreta i codici della nascita creativa, rilevandone presenze legate gli effetti del linguaggio visivo. In un mondo saturo, ricco di segni polivalenti e di continui cambi di significato, l'astrazione materica dell'artista brasiliana sembra essere un modello estetico adatto a contenere e dunque a far sopravvivere la sostanza di testamenti organici. Scritture morfologicamente non finite, poiché dettate dall'abilità di lavorare per impressioni. Supporti originati dalla chiarezza di una forte direzione frontale e dalle combinazioni di diverse componenti di spessore. Pieni e vuoti cifrati. Forme minimali che bilanciano perdite e espansioni di masse, tracciando una postura genetica. Discendenza senza tempo di una densità spaziale.

dicembre 2010, Ginevra Bria



PROFILO DELL'ARTISTA


BIOGRAFIA
Flaminia Mantegazza, Rio de Janeiro, 1955. Vive e lavora a Roma dagli anni Novanta. A Rio de Janeiro si è diplomata alla scuola di Arti Visive di Parque Lage, con João Magalhães. In Italia, ha frequentato la scuola di Arti Ornamentali del comune di Roma e la scuola atelier di Alberto Parres. Laureata in Economia alla Facoltà di Gama Filho e in Storia all’Università Federale di Rio de Janeiro, ha poi conseguito un master in sviluppo economico presso l’ISVE di Napoli e una specializzazione presso l’IRI a Roma.

MOSTRE SCELTE

2009
Roma _ forbice sasso carta II
Roma – cenario para a peça de teatro escrita por Gabriele Marcello, “dentro il tuo silenzio”
Lecce – palazzo di traviano – bienale mediterranea
Roma – forbice sasso carta

2008
Roma - mostra con asta per beneficenza per la Tanzania progetto “ mama onlus”
Roma - telethon – gruppo bnl paribas – agenzia del pantheon
Roma -nuovi lavori
Roma - ti riciclo in arte – fonderia del arte

2007
Roma - telethon – bnl paribas – agenzia del pantheon
Viterbo – Capranica - without – senza titolo
Reggio Emilia - fiera dell’arte
Roma - atelier de farro
Roma - metamorfhoseon – neoartgallery
Istambul - xvI fiera di arte contemporanea di istambul
Roma - immaginare l’impossibile. perfetamente impossibile-neoartgalley

2005
Milano - galleria terzo millennio
Torino – Chieri - versus xi imbiancheria del viarjo

2004
Parigi - atelier de farro
Milano - tendenze dell’arte brasiliana in italia – atelier de farro
Milano - ibrit istituto per la cultura brasile italia
Roma - parco di villa mattei di villa celimontana

2003
Roma - armonia della materia - atelier de farro


http://www.flaminiamantegazza.com/

"O cavaleiro da Dinamarca" por Ferena Carotenuto


A nossa aluna FERENA CAROTENUTO continuou o conto de Sophia de Mello Breyner, O Cavaleiro da Dinamarca, segundo a sua fantasia, e sem conhecer o final que a escritora portuguesa tinha criado na versão original. Agradecemos à Ferena por este belo pedaço de prosa, que aqui publicamos para os nossos leitores.



A mulher do Cavaleiro foi chorando ao seu confessor. “Tenho medo que o meu marido não regressará mais”, soluçava. O frade disse-lhe: “O teu marido tem este desejo no coração. Se tu o amas verdadeiramente, tens de o deixar partir. Crês em Deus? E tens confiança no teu esposo?” “Com certeza”, disse a mulher. “Então”, respondeu o frade, “Tem fé. Tem fé em Deus: tudo o que se vai passar, vai passar pela Sua vontade: nada te pode fazer mal, se te entregas a Ele”.
A mulher enxugou as lágrimas e regressou a casa, ao Cavaleiro. “Marido meu, seja feita a vontade de Deus! Se verdadeiramente o desejas, vai, mas promete-me uma coisa”. “Prometo”, arriscou o Cavaleiro. “Cada tarde, depois do pôr-do-sol, eu olharei o pinheiro mais alto, na direcção da Terra Santa, pensarei em ti e rezarei por ti. Tu, cada tarde, depois do pôr-do-sol, olha para o Norte, e pensa em mim e nos teus criados. Reza tu também por nós!”. “Prometo, mulher minha”, disse o Cavaleiro, e no dia seguinte, depois de muitas lágrimas e muitos abraços, partiu para a Terra Santa.
Cada noite, a mulher rezava e olhava o pinheiro, para o Sul. Rezava e tentava não chorar. O pinheiro não mudou aspecto durante alguns meses.
Também o Cavaleiro rezava cada noite, mais sempre menos intensamente. E países novos, paisagens novas, rostos exóticos, cores, cheiros e sabores diversos distraíram o Cavaleiro do pensamento da sua família. Frequentemente, ocupado por outros pensamentos, o Cavaleiro esquecia-se completamente de rezar por eles. Devagar começava aproximar-se entre longas marchas e às vezes também duelos com outros Cavaleiros Mouros, que tentavam não o deixar passar. O calor aumentava, os dias eram sempre mais longos. O calor cansava o Cavaleiro, não acostumado a esse clima, e os seus olhos claros não suportavam a luz violenta do sol. A sua pele delicada era queimada, os lábios ardidos pela seca.
Lá na Dinamarca o grande pinheiro começava a secar-se e perder sempre mais folhas. A Mulher do Cavaleiro começou a inquietar-se, mas continuou a esperar e a rezar com devoção. Ali o Verão tinha já acabado, e as sombras ao pôr do sol alongavam-se sempre mais.
O Cavaleiro, no Outono, não estava muito longe da Palestina. Encontrou pela estrada outros peregrinos, e o Cavaleiro foi feliz de unir-se a eles, passando frequentemente as noites contando do seu país distante, da sua casa, da sua esposa e dos seus criados. Começou ter saudades deles, do frio, das coisas a ele mais familiares. Finalmente chegou em Belém, alguns dias antes do Natal. O seu coração abriu-se a Deus, e passou o Natal e muitos dias depois do Natal rezando intensamente. Para ele, estar aí era verdadeiramente o sonho de toda a sua vida. Pediu perdão a Deus pelos seus erros, e compreendeu que ele também, para que conseguir paz na sua alma, tinha de perdoar os seus inimigos. Foi à gruta e beijou o ponto onde o Santo Menino nasceu, onde Maria e José adoraram o Filho de Deus. E finalmente lembrou-se que ele não tinha rezado mais pelos os seus familiares cada noite como prometido, mas só para si mesmo. Compreendeu que, sem eles e o amor deles, a sua vida seria muito triste, vazia e sem sentido. Agora estava bem depois da Epifania, e o Cavaleiro não podia esperar para ir para casa. Percorreu as mesmas estradas, mas desta vez cada noite olhava para o Norte, rezava, e o seu coração sentia um grande calor. Estava feliz em voltar!
Na Dinamarca, entretanto, o pinheiro parou de secar e perder folhas. A esposa do Cavaleiro estava tranquila, porque ela tinha sempre guardado o seu amado no coração, não o tinha abandonado uma única vez.
Cansadíssimo mas feliz, o Cavaleiro regressou à sua terra. Chegou a sua casa por volta do pôr-do-sol, e, lembrando-se da promessa, caminhou para o pinheiro mais alto. Observou que tinha perdido as folhas e que estava em parte seco. Escondeu-se ali perto, esperando a escuridão. E com a escuridão viu a sua mulher aproximar-se ao pinheiro, olhar para o Sul e rezar com devoção. Ao Cavaleiro os olhos encheram-se de lágrimas. Mas ele recobrou e caminhou silenciosamente até ela. Ela sentiu-o chegar e virou-se. Viu-o e os seus olhos encheram-se de alegria. Eles juntaram as mãos e caminharam até a casa deles.

FERENA CAROTENUTO

Portogallo, Cavaco Silva rieletto presidente


Portogallo, Cavaco Silva rieletto presidente Astensione storica alle urne

Il capo dello stato uscente è stato rieletto con il 53,05 % dei voti. Il candidato socialista Manuel Alegre ha ottenuto il 19,7% dei voti, mentre l'indipendente Fenrando Nobre il 14,7%

Lisbona, 24 gennaio 2011- Il presidente portoghese, il conservatore Anibal Cavaco Silva è stato rieletto con il 53,05% dei voti secondo i dati quasi definitivi diffusi dalla Commissione elettorale.
Il tasso di astensione della tornata elettorale ha raggiunto il massimo storico del 53,4%, il livello più alto dalla fine della dittatura salazariana 35 anni fa. Cavaco ha superato facilmente il candidato appoggiato dal Partito Socialista del premier Jose' Socrates e dai post-trotzkysti del Bloco de Esquerda, al 19,7%, e l'indipendente Fernando Nobre, al 14,7%.


Cavaco é o Presidente do País da gigantesca abstenção

Cavaco esmagou em todos os distritos, mas é o PR menos votado da História. Alegre desiludiu em toda a linha, tendo menos votos com apoios partidários do que sozinho.
Confirmaram-se as indicações das sondagens, a tradição eleitoral, as previsões dos comentadores, o senso comum: Cavaco Silva foi reeleito, como gritavam os seus apoiantes durante a campanha eleitoral, "à primeira!"; e Manuel Alegre registou um resultado pior do que quando concorreu, em 2006, sem apoios partidários.
Mas, no país da abstenção (52,4%, valor só superado nas escolhas para o Parlamento Europeu), apesar de triunfar em todos os distritos (na maioria esmagando Alegre), com 52,9% e 2,2 milhões de votos, mesmo assim Cavaco Silva é o Presidente menos popular da III República: não só é o único que nunca teve três milhões de votos, como ficou abaixo de Jorge Sampaio, que tinha registado o pior desempenho até à data, com 55,6% e 2,4 milhões na reeleição de 2001.
O resultado de Manuel Alegre (19,8%), inferior aos 20,7% que teve quando concorreu sozinho - a origem desse milhão de votos de 2006 terá sido sobretudo dos que contestavam os partidos e, agora, votaram em Fernando Nobre -, pode ser terrível para o poeta, mas também é péssimo para o PS, o BE e o PCTP/MRPP - que somaram 43,7% (2,2 milhões de votos) nas legislativas de 2009. E, em especial, para José Sócrates, líder do partido que elegeu dois PR (Mário Soares e Jorge Sampaio) e, depois, obteve votações irrisórias nos candidatos que decidiu apoiar na corrida a Belém em 2006 e em 2011.
A surpresa da noite foi Fernando Nobre, pois os seus 14,1% superaram até as sondagens que lhe eram mais lisonjeiras, demonstrando ser possível um independente conquistar uma fatia relevante do eleitorado - o que deveria servir de aviso à classe política, pois, em vez de um vulto tão irrepreensível como o fundador da AMI, nada garante que, no futuro, não surja um caudilho a entusiasmar multidões.
Mais impressionante ainda seriam os 4,5% de José Manuel Coelho, encarado como o equivalente ao brasileiro palhaço Tiririca, ao cómico Coluche nas presidenciais francesas de 1981 ou à porno star Cicciolina nas legislativas italianas de 1987, que, além de galvanizar a Madeira (39%), registou também boas votações no resto do País - e que sucederia com um outsider mais carismático e bem popular entre a juventude como o músico Manuel João Vieira?
Il trionfo del capo dello stato uscente fin dal primo turno era stato preannunciato dai sondaggi e si è puntualmente confermato oggi in un Portogallo duramente colpito dalla crisi e dalle pressioni destabilizzanti dei mercati.

Seminário de Arquitectura "Incontri tra l'Italia e il Portogallo" -20 de Janeiro - Instituto Politécnico de Milão


Chamamos a atenção para a segunda parte do seminário de arquitectura "Incontri tra l'Italia e il Portogallo" que acontecerá no dia 20 de Janeiro no Instituto Politécnico de Milão e que conta com alguns dos mais relevantes protoganistas dos dois países nesta área.No mesmo dia e na mesma sede será inaugurada a exposição que constituiu a representação de Portugal na Bienal de Arquitectura de Veneza em 2010.

Agradecemos a informação ao Prof. Paulo Cunha e Silva.



Fernando Távora e Ernesto Nathan Rogers si conoscono a Hoddesdon nel 1951. L’incontro fra uno dei maestri dell’architettura portoghese e uno dei maestri italiani ha rappresentato un momento di dibattito, vivace e autentico, sulla produzione architettonica, che è tutt’oggi vivo e vitale grazie al continuo dialogo, pubblico e personale, tra gli interpreti più attivi nel campo della progettazione, della critica, della fotografia e dell’urbanistica. In queste due giornate si riannodano i fili di un legame teorico e produttivo fertile e costante nel corso del tempo.



architettura, urbanistica, fotografia
CONVERSAZIONI TRA
ITALIA E PORTOGALLO



a cura di Maddalena d’Alfonso
in collaborazione con l’Ambasciata del Portogallo



20 gen 2011, aula S01, ore 10.00
Saluto di
Consigliere Culturale del Portogallo a Roma
Paulo Cunha e Silva
Preside della Facoltà di Architettura e Società
Piercarlo Palermo
Direttore DiAP
Patrizia Gabellini
introduce
Maddalena d’Alfonso
Sulla città Europea
Nuno Portas e Bernardo Secchi
Premio Piranesi
João Luís Carrilho da Graça, Luca Basso Peressut e
Pier Federico Caliari


20 gen 2011, aula S01, ore 14.30
Progettare in Europa
Manuel Aires Mateus, Giuseppe Marinoni e João Nunes,
con Giovanni Chiaramonte
presenta: Carlos Machado e Moura
Sull’architettura e la fotografia
Eduardo Souto de Moura e Gabriele Basilico
presenta: Federico Bucci
Facoltà di Architettura e Società, via Ampère 2,
Spazio mostre Nardi, ore 18.30
Innaugurazione della mostra
No place like
Rappresentanza ufficiale del Portogallo alla
Biennale di Venezia 2010

29 gennaio - serata di musica brasiliana "Brasil... pra nós"


"Brasil... pra nós"

serata di musica brasiliana


con Anna Maria Manzi (voce) e Roger Carrer (pianoforte)


29 gennaio 2011

Ore 22:30

Ingresso gratuito


Teatro dei Contrari

Via Ostilia. 22

00184 Roma





Agradecemos à nossa aluna Elisa Fiorenza a assinalação deste espectáculo.

Convegno Internazionale: "Oltre la Pagina" - 25, 26 e 27 gennaio - Roma Tre



Dipartimento di Letterature Comparate
Convegno Internazionale


OLTRE LA PAGINA:

IL TESTO LETTERARIO E LE SUE METAMORFOSI

NELL'ERA DELL'IMMAGINE


organizzato nell’ambito del programma di ricerca collettva
“LETTERATURE E FILM”
25-26-27 gennaio 2011


Comitato scienfico e organizzavo
Masolino D’Amico (coordinatore del programma di ricerca),
Simona Corso, Giorgio de Marchis, Luigi Magno, John McCourt,
Maddalena Pennacchia, Simone Trecca, Ute Weidenhiller


PROGRAMMA


MARTEDÌ 25 GENNAIO
14.30
Saluti
Otello Lottini, Direttore del Diparmento di Letterature Comparate
Francesca Cantù, Preside della Facoltà di Lettere e Filosofia
14.45
Introduzione di Masolino D’Amico
15.00
Vieri Razzini, Critico cinematografico, Un matrimonio d’interesse
16.00
PAUSA CAFFÈ
16.30
Gianni Amelio, Un film da un romanzo
17.30
PAUSA
17.45
Laura Marcus, Oxford University, The Birth and Death of Cinema in Film Aesthecs and in Ficon

MERCOLEDÌ 26 GENNAIO
9.30
Ian Christie, Birkbeck College, University of London, Illuminang Manuscripts: How Graphic Novels Challenge the Gutenberg Paradigm
Simone Costagli, Università di Ferrara, Aura. L'icona Kafka nella cultura pop e nel graphic novel
11.30
PAUSA CAFFÈ

12.00
Gian Luigi De Rosa, Università del Salento, Favelas e Zona Sul: polarizzazione dicotomica dello spazio discorsivo nella rielaborazione finzionale di Rio de Janeiro
13.00
PAUSA PRANZO
14.30
Maria Teresa García-Abad García, CSIC, Madrid, El rostro de las cosas o la ironía estéca como estrategia de la vanguardia en la literatura y el cine
Jérôme Game, American University of Paris, Under the influence
16.30
PAUSA
17.00
Sérgio Paulo Guimarães de Sousa, Universidade do Minho, Braga, «Mostração» e narração em Nuno Bragança

GIOVEDÌ 27 GENNAIO
10.00
Deborah Cartmell, De Monort University, Leicester, Adaptaon and its Metamorphoses in the Age of Sound: Sam Taylor’s The Taming of the Shrew as the First Adaptaon of Shakespeare
11.00
PAUSA CAFFÈ
11.30
Letterature e film, risultati della ricerca
Coordina Masolino D’Amico
Partecipano:
Simona Corso, Giorgio de Marchis,
Luigi Magno, John McCourt, Maddalena Pennacchia,
Simone Trecca, Ute Weidenhiller


Sala Conferenze “Ignazio Ambrogio”
via del Valco di San Paolo, 19 Roma



Realizzazione tecnica
Claudio Mosticone, Roberto Parlavecchio
Segreteria amministrativa
Giuliano Passeri, Anna Siepracki, Daniela Tosoni,
Sabina Truini, Luigi Veraldi, Margherita Zei

Per informazioni
lmagno@uniroma3.it
tel. 06 57338999

Sede del convegno
Sala Conferenze "Ignazio Ambrogio"
via del Valco di S. Paolo, 19
accesso anche da via Ostiense, 234
METRO B "MARCONI"

mercoledì 19 gennaio 2011

Laboratorio teatrale - incontro interculturale


PORTOGHESI IN ITALIA

La Compagnia Teatrale Diritto e Rovescio
presenta


Laboratorio teatrale
RISVEGLIO DI PRIMAVERA


ispirato al capolavoro di Frank Wedekind
DAL TESTO ALL’INTERPRETAZIONE

Incontro interculturale in teatro
Da febbraio a marzo 2011

CONDOTTO DALLA REGISTA TEATRALE
TERESA PEDRONI


Due incontri settimanali per un totale di 8 ore a settimana.


Agli elementi che saranno ritenuti idonei alla fine del percorso verrà data la possibilità di partecipare alla dimostrazione-spettacolo finale
presso il Teatro Belli di Roma


Temi: il laboratorio si propone di sviluppare le relazioni esistenti fra l’attore e il suo personaggio attraverso un lavoro sul dramma “Risveglio di primavera”, in cui Frank Wedekind rappresenta un gruppo di adolescenti con i loro sogni, turbamenti e desiderio di rivolta nei confronti del mondo ipocrita degli adulti.


Obiettivi: attraverso un percorso di improvvisazioni si metteranno a fuoco i sottotesti sia razionali che emotivi necessari all’interpretazione del ruolo, nella ricerca di un tessuto di segni condiviso da tutti gli interpreti funzionale all’individuazione del centro energetico del testo da trasmettere in palcoscenico.

Teresa Pedroni, regista teatrale, si occupa di teatro dal 1978. Diplomata alla scuola di Alessandro Fersen, inizia la sua attività con Giuliano Vasilicò in occasione dello spettacolo “L’uomo senza qualità” di Robert Musil. Tra i suoi ultimi spettacoli “Sostiene Pereira” con Paolo Ferrari, “Elisabetta II” con Roberto Herlitzka e “Le Città Invisibili” con Massimo Popolizio e Javier Girotto.

Partecipanti: il laboratorio è rivolto a 15 giovani italiani e stranieri tra i 18 e i 30 anni. È richiesta una precedente esperienza teatrale.


Per informazioni e per inviare la propria candidatura con cv e foto scrivere a laboratoriowedekind@hotmail.it entro il 25 gennaio.





martedì 18 gennaio 2011

Nova exposição de Vasco Araújo

“Sem Qualidades”

“Telos”

“Maria Helena”

Dentro de dois dias inaugura-se em Lisboa uma exposição do artista Vasco Aaraújo, que apresentou recentemente em Roma o seu video "IMPERO".
Parabéns ao Vasco, e que ele regresse em breve a terras romanas!


VASCO ARAÚJO, Mente-me
20.01 - 19.03.2011


Inaugura dia 20 de Janeiro a partir das 21h30



A Galeria Filomena Soares inaugura no próximo dia 20 de Janeiro a exposição “Mente-me” do artista Vasco Araújo, que reunirá um conjunto de novos trabalhos em escultura, vídeo e fotografia, atestando uma vez mais a multiplicidade de linguagens e suportes de que se serve para a representação plástica de uma ideia, associando comummente imagens a textos literários de correspondência incerta.

Em “Mente-me” o artista recorre a narrativas trágicas, enredos de amor e desencontros para alegoricamente representar a mentira, a dicotomia entre o real e o irreal, enganando e iludindo o espectador na expectativa que este acredite no que vê ou em última instância no que não vê.

A mentira é uma imoralidade e aqui Vasco Araújo revisita um tema transversal na sua obra: a condição humana. A mentira é uma pressão social porquanto a sociedade sustenta costumes e convenções que são incompatíveis com a condição humana. O homem mente porque não suporta o conflito penoso e irremediável entre seus desejos e a frustração imposta pela realidade. Mente para contrariar essa desilusão.

Na sala principal da Galeria um conjunto de trabalhos trazem-nos narrativas ficcionais vividas e relatadas por pessoas que sem resguardo nos confessam sonhos, impulsos e inquietações.

Em “Amneris” uma mulher afirma ter sido a melhor Amneris de Moscavide, com uma voz de tal forma vigorosa que nem as melhores cantoras de ópera internacionais, cujo repertório incluiu papéis em Aida, a igualavam e que “até tinha uma vizinha que dizia que a cristaleira abanava toda cada vez que cantava”. Neste trabalho, recordamos “ La Stupenda ” (2001) e presumimos sobre a personagem: uma Diva de ópera saudosista de uma glória passada ou uma mulher perdida que acredita numa fantasia? O descontentamento e desprazer na infortunada condição da sua existência parecem inegáveis.

“Maria Helena” narra a história do amor solitário de um homem por uma desconhecida que contempla diariamente no café de um jardim. Ele não conhece a mulher que crê amar, nunca se falaram, mas está convicto num amor que acredita predestinado. Procura na imaginação a realização de um amor e a solução de uma vida, persistindo viver na mentira: “Sei o que quero e sei o que sou, uma criação da minha própria vontade, a preparar-se agora para acometer uma área onde, até a ter visto pela primeira vez, apenas podia penetrar em sonhos. Finalmente concretizo e tenho em minha posse, a cada instante, aquilo que sempre quis. Maria Helena!”.

Em “O meu criado” e “Dos Sapatos”, descobrimos um homem e uma mulher que em comum partilham o facto de terem confiado, o primeiro ao seu criado e a segunda a uma colecção de sapatos de salto alto, uma fuga às fraquezas que os angustiam, conseguindo assim ser quem e como gostariam: um idoso que julga recuperar uma juventude desaparecida através do seu criado e uma mulher de baixa estatura que se serve de um acessório para aumentar uns centímetros à sua auto-estima.

“Homem com duas cabeças” encerra de forma figurada o conflito interior resultante da dualidade verdade/sublimação em oposição à mentira/ficção que coexiste no homem. Ao desejo e pressuposta necessidade de mentir sobrepõe-se a consciência, um outro “Eu” que reprova, chamando à razão e relembrando que a verdade é uma virtude: “Sempre que a esterilidade da minha conversa me forçava a completá-la com ficções inocentes ele reclamava dizendo que procedia mal”.

A duplicidade, a existência de dois princípios necessários mas opostos, aparece novamente em “Uníssono”: dois homens em desarmonia unidos por um mesmo corpo.

Ainda na sala principal da Galeria “Catástrofe” e “Sem Qualidades” apontam-nos refúgios existenciais e desejos de fuga à realidade, para além de um conjunto de fotografias, “Telefonemas”, que regista diálogos despropositados e indecifráveis entre pessoas equivocados, sós, que vivem situações ambíguas e obscuras. Telefonemas que se tornam delírios, ilusões, enganos, nos quais o artista se volta a servir do seu corpo como instrumento e veículo de identidade e encarna as personagens das histórias na já experiente heteronomia plástica recorrente na sua obra.

Na segunda sala da galeria “Telos”, o último trabalho em vídeo do artista onde um grupo de pessoas que se cruza causalmente apura o que é a verdade e de que forma o homem pode ser verdadeiro, viver em virtude, com ética e boa-fé.

A dicotomia entre mentira e verdade está ainda presente na apropriação de uma linguagem documental para construir ficções. E talvez por isso, o espectador se reveja nestas histórias que na realidade descrevem o ser humano sem dissimulações, descortinando as suas fraquezas e expondo a sua humanidade.

Mas muito ficará por esclarecer pois afinal será a mentira uma meia verdade? Será que existe verdade na mentira e mentira na verdade? Será que quem diz a verdade não merece punição? Será verdade que uma mentira tantas vezes redita se torna verdade? Será que com a verdade me enganas? Será que não é melhor uma mentira piedosa a uma verdade dolorosa? Será que a verdade liberta ou, pelo contrário, acorrenta?

lunedì 17 gennaio 2011

111 anos da Marquesa do Cadaval


Faz hoje exactamente 111 anos que nasceu em Turim Olga Nicolis de Robilant, filha de Edmondo Nicolis, conde de Robilant e Ceraglio e de Valentina, condessa Mocenigo. Por casamento com D. António Caetano Álvares Pereira de Melo, esta italiana tornou-se marquesa do Cadaval e em Portugal, pátria de adopção, foi uma importante mecenas das artes.


Aqui deixamos a nota biográfica da autoria de Mário João Machado no site da


Marquesa de Cadaval: o caso de uma mecenas muito especial





A Senhora Marquesa de Cadaval descende de uma antiga família da mais alta aristocracia europeia, profundamente envolvida no mecenato e no mundo musical. Entre os seus mais ilustres antepassados figuram não só Catarina da Rússia, mas também Frederico II da Prússia, o magnífico rei alemão – ele mesmo um bom músico, amigo de Johan Sebastian Bach e patrocinador de Carl Philip Emmanuel Bach que para ele trabalhou em Sans-Souci.


Outros nomes relevantes, que se podem encontrar na genealogia da Marquesa de Cadaval, são Mikail Golenitchev-Kutuzov, o célebre marechal de campo, vencedor da batalha de Smolensk, para além de sete Doges de Veneza, com especial destaque para Girolano Mocenigo, que teve o privilégio de apoiar o grande compositor Cláudio Monteverdi (Cremona, 1567-Veneza, 1643) tendo-lhe encomendado a ópera Combatimento di Tancredo e Clorinda, cuja primeira representação teve lugar, precisamente, no seu palácio de Veneza.


Olga Nicolis di Robilant nasceu em Turim, no dia 17 de Janeiro de 1900. Florença e Veneza foram cidades onde colheu ensinamento e esmeradíssima educação durante a infância e juventude, tendo revelado, desde muito cedo, um particular interesse e afecto pelo piano. Nos tempos da Primeira Guerra Mundial, enquanto voluntária da Cruz Vermelha, serviu como enfermeira radiologista. Foi nessa altura que conheceu uma portuguesa que lhe apresentou Dom António Caetano Álvares Pereira de Melo, Marquês de Cadaval, com quem veio a casar em Julho de 1926.


Três anos mais tarde, o casal veio para Portugal, estabelecendo-se na Quinta da Piedade, em Colares. A Senhora Marquesa teve um especial papel na recuperação do património da família portuguesa não só em Sintra mas, igualmente, noutras propriedades. Infelizmente, Dom António veio a falecer pouco tempo depois, em 1939. Dona Olga, mãe de duas filhas e ainda uma jovem viúva, dedicou-se a actividades musicais.


Tornou-se Presidente da Sociedade de Concertos – que tinha sido fundada por José Vianna da Motta, em 1917 – tendo introduzido mudanças profundas, cuja principal consequência foi a presença regular em Lisboa dos mais extraordinários artistas, da maior fama mundial, em concertos inesquecíveis. No entanto, o seu nome também tem de ser obrigatoriamente referido quanto ao mecenato que exerceu em relação a jovens e talentosos artistas que, mais tarde, se tornaram tão conhecidos e famosos como Nelson Freire, Roberto Szidon, Martha Argerich, Jacqueline Dupré, Daniel Barenboim e muitos outros. Benjamin Britten – o grande compositor britânico que tantas vezes convidou para o seu palácio de Veneza – foi também um dos seus protégés, que em sua honra compôs, em 1964, a parábola religiosa Curlew River.


Impõe-se que mencionemos apenas alguns nomes da sua interminável galeria de amigos pessoais: Gabriele D’Annunzio, Marinetti, Giacomo Puccini (vizinho e pai de uma amiga), Nella Maïssa, Rei Humberto II, Maria José de Savoy, Eugénio Paccelli (futuro Papa Pio XII), Cole Porter, Maurice Ravel, André Malraux, Coco Chanel, René Huyghe, Arthur Rubinstein, Ygor Stravinski, Mstislav Rostropovitch, Ortega Y Gasset, Graham Green, Saul Bellow, Maurice Maeterlinck, Louise de Vilmorin, Imperador Franz Joseph (que ela designava como Il Kaiserone), Princesa Polignac, Henry Breuil, Kenneth Clark, Frau Cosima (filha de Liszt e viúva de Richard Wagner), Marconi, Olga Pratts, José Vianna da Motta, a família Freitas Branco – Luís, o compositor, Pedro, o maestro e João, o musicólogo –, Vitorino Nemésio, Virgínia Rau, Fernando Lopes Graça, Maria Germana Tânger. Por muito incrível que possa parecer, trata-se de uma lista deveras reduzida…


A Senhora Marquesa de Cadaval morreu em Lisboa, em 21 de Dezembro de 1996, tendo sido sepultada no mausoléu da família, no cemitério de Muge, perto de Salvaterra de Magos. O Festival de Sintra terá sido um dos grandes beneficiários do seu mecenato.


Tantas provas de carinho por parte da Senhora Marquesa de Cadaval, suscitaram a única atitude possível de perene gratidão de Sintra perante a memória de tão insigne figura. Em meados do ano 2000, por ocasião do fim das obras de total remodelação, do até então denominado Cine-Teatro Carlos Manuel, o Executivo Municipal decidiu instituir Dona Olga Maria di Robilant Álvares Pereira de Melo como patrona do novo Centro Cultural, um dos melhores auditórios de referência nacional que, a partir de então, ostenta na fachada o nome como era geralmente conhecida a Senhora Marquesa. A sua memória ocupa também um lugar especial nos nossos corações.


Mário João Machado

martedì 11 gennaio 2011

Lanciani e outras presenças italianas no Colóquio internacional sobre Sophia


Nos próximos dias 26 e 27 de Janeiro terá lugar em Lisboa um Convénio internacional dedicado à obra de uma das mais límpidas vozes da poesia portuguesa contemporânea: Sophia de Mello Breyner Andresen.

Representando os lusófilos italianos, vai participar a Professora Giulia Lanciani, responsável da Cátedra José Saramago na Università degli Studi di Roma Tre, com a apresentação “E passa devagar memória antiga”.

Outros estudiosos italianos como Piero Ceccuci, Federico Bertolazzi e Antonio Tabucchi irão participar também neste convénio.




Colóquio Internacional Sophia de Mello Breyner Andresen

5ª feira, dia 27 de Janeiro

9 h – Recepção dos participantes

9,30 h - Sessão de Boas-Vindas
Emílio Rui Vilar – Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian
Guilherme d’Oliveira Martins – Presidente do Centro Nacional de Cultura
Maria Andresen de Sousa Tavares – Presidente da Comissão Coordenadora

10 h – Início dos Trabalhos

Sessão I
Presidente da Mesa: Paula Morão

Nuno Júdice
“Luz e desenho na poética de Sophia”
Rosa Maria Martelo
“Imagem e som no mundo de Sophia”

Manuel Gusmão

Eucanaãn Ferraz
“Sophia: cesteira e cesto”

11,30h Coffee-break

11,50 h Sessão II
Presidente da Mesa: Fernando Martinho

Helder Macedo
“Sophia: casa branca em frente ao mar enorme”
José Manuel dos Santos
“Sophia e a Felicidade”
Jorge Fernandes da Silveira
“A inscrição do exílio”
Piero Ceccuci
“«Ó noite, em ti me deixo anoitecer». Encanto e sonho da Noite na poesia de Sophia”

13 h Almoço

14,30 h Sessão III
Presidente da Mesa: Rosa Maria Martelo

Giulia Lanciani
“E passa devagar memória antiga” (Sophia, Primavera)

Paula Morão
“«Nunca nada é inventado» – Sophia e a casa de Campo Alegre”
Federico Bertolazzi
“O cântico da longa e vasta praia. Eco atlântico em itinerário mediterrânico”
Carlos Mendes de Sousa
“Sophia e a dança do ser”

15,50 h Coffee-break

16,10 h - Sessão IV
Presidente da Mesa: Jorge Fernandes da Silveira

Perfecto Cuadrado
"Cantar, contar, reinventar a Arcádia”
Frederico Lourenço
"O não-vivido na obra poética de Sophia"
Maria de Fátima Freitas Morna
“Momentos de silêncio no fundo do jardim: a efabulação como poética na obra de Sophia de Mello Breyner Andresen”
Maria Andresen de Sousa Tavares
“Sobre Espólio e Poesia: Entre a Sombra e a Luz mais que pura”

6ª feira, dia 28 de Janeiro

9,30 h – Sessão V
Presidente da Mesa: Maria Andresen Sousa Tavares

Alexis Levitin
"The Translation of Transparency"
Teresa Amado
“Traduzir com Música e Paixão”
Michel Chandeigne
“Sophia en France...”

11h Coffe-break

11,20 h - Sessão VI
Presidente da Mesa: Teresa Amado

Pedro Eiras
“A face nocturna”
Richard Zenith
“Uma Cruz em Creta: a salvação sophiana”
Jaime Siles
"La mitología como sistema referencial en la poesía de Sophia de Mello Breyner Andresen"
Miguel Serras Pereira
“Poesia Exemplar”
José Manuel Mendes
“Sophia e o Associativismo de Escritores Portugueses”


13 h Almoço

14,30 h Sessão VII
Presidente da Mesa: Nuno Júdice

Fernando Martinho
"Sophia com Pessoa na Grécia"
Gustavo Rubim
“Sophia (Ricardo Reis) e a forma humana”
Anna Klobucka
“Entre Orfeu e Odisseu: Negociações de género e sexualidade no diálogo Sophia-Pessoa”
Antonio Tabucchi
“Na Grécia com Sophia”

15,50 h Coffee-break

16,10 h Sessão VIII
Presidente da Mesa: Carlos Mendes de Sousa

Isabel Almeida
“«Se nenhum amor pode ser perdido». Sophia e Camões”
Sofia Silva
“Reparar brechas: uma possível relação entre Sophia de Mello Breyner Andresen e Adília Lopes”
Clara Rocha
“Sophia e Torga”

17,15 h - pausa

17, 30 h Mesa Redonda de Poetas
Moderadora: Ana Marques Gastão

António Osório, Nuno Júdice, Armando Silva Carvalho, Gastão Cruz, Ana Luísa Amaral, Luís Quintais

18, 30 h Lançamento do número de Janeiro da Revista Colóquio/Letras, em parte dedicada a Sophia de Mello Breyner Andresen.


CONTACTOS
Centro Nacional de CulturaRua António Maria Cardoso, 681249-101 Lisboa
Tel. 21 346 67 22Fax. 21 342 82 50

lunedì 10 gennaio 2011

Cristina Gemmino: "Contradizer-se"


Muito interessante reflexão da nossa aluna CRISTINA GEMMINO a quem agradecemos mais esta qualificada colaboração com o nosso blogue e desejamos óptimo ano de 2011.



Contradizer-se: é um óptimo assunto para enfrentar âmbitos diferentes, quer o âmbito pessoal, acerca do comportamento que uma pessoa tem com os outros, quer âmbitos específicos como por exemplo o da tradução.
“Você está-se contradizendo: antes disse e fez uma coisa e agora está rejeitando tudo o que aconteceu!”
Esta é uma típica afirmação que uma pessoa faz, quando o seu interlocutor se contradiz; mas nós podemos analisar esta afirmação, ou melhor, compreender se, contradizendo-se, uma pessoa se torna incoerente com os próprios pensamentos, a sua maneira de agir. Eu acho que não: um escritor, Corrado Sobrero, na sua obra mais importante, Nevica sull’isola di Baro escreve:
“ Ho capito che ognuno porta dentro di se Il prezzo che dovrà pagare per quello che fa, qualunque cosa faccia o non faccia, dica o non dica, ogni scelta è una rinuncia e ogni scelta implica coerenza ma la coerenza spesso limita la libertà di sbagliare.
UN PO’ DI INCOERENZA AMPIA LE POSSIBILITÁ, A VOLTE”.
Então, só nalguns casos, ser contraditório pode ampliar as possibilidades, ou seja, pode permitir fazer diversas experiências: é possível compreender tudo isto quando uma pessoa se confronta com uma outra; quando, se compara com outras “ilhas” que têm outras opiniões. Então, nem sempre contradizer-se tem que ser visto como um aspecto negativo (como uma forma de incoerência com ele mesmo) mas também como um aspecto positivo que, pelo contrário, pode ampliar as escolhas.
Este “ser contraditório” pode também se referir-se ao âmbito tanto específico quanto caleidoscópio da tradução.
Falar da tradução como género não é nunca uma coisa fácil. É por esta razão que, hoje em dia, diferentes autores falam sobre este assunto, envolvendo aspectos diversos, talvez contraditórios.
José Ortega y Gasset é um daqueles autores que quando fala da tradução, fala de miséria e do esplendor da tradução: a maneira em que o tradutor leva o texto fonte para a miséria ou o esplendor. Então, para levar um texto fonte para o esplendor da sua tradução, é preciso “contradizer-se”: o tradutor tem que, quando é necessário, modificar uma palavra, ou seja, modificar o seu significado original para que esta mesma palavra seja associada a uma outra imagem, “contradizendo-se”, aqui, no seu significado primário; tudo isto, este “contradizer-se”, por outras palavras, é o estilo de um tradutor e autor.
Podemos enfrentar também um outro aspecto específico da tradução que está relacionado com a maneira de pensar e de traduzir este pensamento em palavras. Em geral “falar” é considerado como um exercício de uma actividade através da qual nós conseguimos manifestar o nosso pensamento. A linguagem é muitas outras coisas e muitos outros aspectos, mas todas estas actividades envolvem a função primária que é “falar”. Por exemplo, falando, nós tentamos de enganar, de condicionar o pensamento de uma outra pessoa. A mentira é a linguagem que esconde o nosso pensamento mais autêntico. Então “contradizer-se”, ser contraditório, pode ser considerado como um “escamotage” para ocultar o seu pensamento mais verdadeiro e então autêntico.
O objectivo deste trabalho é o de evidenciar todos os aspectos “positivos” de ser contraditório, porque hoje em dia todas as pessoas fazem uso negativo dessa palavra e também desta maneira de agir: contradizer-se é só uma maneira, como escrevia Fernando Pessoa, de:
“Sentir tudo em todas as maneiras”
Para
“Ser sincero, contradizendo-se”.

CRISTINA GEMMINO

venerdì 7 gennaio 2011

"A QUATRO" - artistas portugueses em Roma, no IPSAR


Il Rettore dell’Istituto Portoghese di Sant'Antonio in Roma
Mons. Agostinho da Costa Borges
sotto l’alto patrocinio di S. E.
l’Ambasciatore del Portogallo presso la Santa Sede
Manuel Tomás Fernandes Pereira
ha il piacere di invitare la S. V.
all’inaugurazione della manifestazione espositiva

A QUATRO
André Silva - Cláudia Lopes - Dalila Gonçalves - Mazza


che avrà luogo
mercoledì 12 gennaio 2011, alle ore 18.30

Galleria dell’Istituto Portoghese di Sant'Antonio in Roma
Via dei Portoghesi, 6 - 00186 ROMA

La mostra rimarrà aperta sino al 30 gennaio 2011
dal mercoledì alla domenica, dalle 16.00 alle 18.00


A Quattro

Quattro... potremmo pensarlo come un semplice numero ma è anzitutto la somma di varie forme di “vedere” che si concretizzano attraverso le immagini (materiali e mentali).
L’immagine è un simulacro di se stessa, come se tutto esistesse nell’istante in cui l’immagine, profonda, appare ai nostri occhi e la sua essenza intima, individuale, diviene verità per il mondo. L’immagine è di questa natura, è simulazione dell’umano nel rendere visibile all’Altro ciò che impregna la volontà, il sogno, o l’anima.
Tutta l’immagine è simulazione delle possibilità del reale, che si tratti di un dipinto, di un disegno, di un’incisione, di un testo o di una fotografia. È in questo senso che va inteso questo discorso “a quattro” – come possibilità di coesistenza di momenti che collaborano per una comprensione più profonda del mondo che ci circonda. La natura delle cose è assolutamente imperscrutabile, ciò che riusciamo a scoprire di un albero, di una pietra o di un granello di sabbia è infinitamente più modesto rispetto a quella cosa, per insignificante che sia la materia osservata. È questa supposizione che ci fa comprendere l’incontro tra quattro discorsi e forme di vedere/comprendere diverse: un approccio alla ricerca di un compromesso con la realtà in grado di conferirle un senso più ampio.
Il richiamo a diversi discorsi sull’immagine e sul mondo permette all’azione di perpetuarsi oltrepassando il tempo dell’istante in cui accade. In questo modo possiamo percepire che la fotografia e la pittura dialogano entrambe in un discorso confluente – convivono sul piano della metafora sul reale e l’azione esercitata dagli individui sullo stesso reale. È di notevole interesse questo campo allargato dell’immagine, in cui vari registri sommano similitudini al di là dell’ovvia differenza che li distingue.
L’immagine ci parla di questo non-finito dell’azione. Nonostante la sospensione di ciò che accade, pur trattandosi di un piano inaccessibile, e persino uno sguardo troppo attento, è al parlare dell’intenzione e della volontà che l’immagine ricorre all’atto continuo del creare. Ed è per questa ragione che ci parla dell’infinito. Dell’infinito delle cose, dell’infinito della conoscenza e dell’infinito della persona.
La proposta di quattro discorsi distinti che possano coabitare in uno stesso spazio si salda perfettamente con la molteplicità e la diversità che caratterizzano il linguaggio dell’arte e soprattutto il linguaggio del reale. Si cerca, più che privilegiare un dato fenomeno, di ammettere la crescente complessità del mondo e delle relazioni di questo mondo con gli individui; una complessità, questa, che necessita di un’attenta osservazione perchè possa essere compresa e perchè si possa agire/intervenire su di essa.


I disegni presentati non sono esattamente la rappresentazione di qualcosa che esiste o che è esistito, non rappresentano un elenco, e spesso si tratta di una trasposizione che può assumere diverse valenze.
Le opere sono stimolate da interessi specifici; e vivendo nell’attualità cerco di ottenere informazioni sulla storia contenuta nella cultura visuale, attraverso immagini, finzione letteraria, citazioni, testi musicali, ecc.
Ho cercato di riunire un archivio di immagini, di referenze, senza associarlo ad una storia, senza ricreare una storia o la Storia.
È come gli avvenimenti, la storia e perfino il presente risultassero a malapena accessibili in frammenti.
André Silva 2010

Tempo prestato.
Quando penso al tavolo a cui ero seduto per cenare all’età di sei anni, ancora conto cinque piatti apparecchiati; vedo la brocca di plastica azzurra che dividevo con i miei fratelli, la tovaglia marrone con il merletto bianco, consumata, e a decorarla le mani grandi, moltiplicate, immense, di mia madre.
Riesco a recuperare questo momento migliaia di volte, ad occhi aperti o chiusi, pur non riuscendo a trovare le parole per sostenere il suo peso.
Questa presenza della Persona sulle cose avviene per restituirle ad un’altra esistenza, un tempo preso in prestito alla memoria e alla rovina di ciò che era vivo. Vedere è riscattarsi da questo silenzio, vedere è guardare da dentro verso fuori, e parlare da fuori a dentro.
Cláudia Lopes 2010

Con l’età contemporanea, l’espansione, l’allargamento del territorio, così come la divulgazione di un marchio, di una persona, di un governante, di un’artista, non si effettua tramite incisioni sulla pietra come ai tempi dei Miliari Romani, tutto è più rapido e fugace, la pietra è frantumata dalle reti virtuali.
La fotografia, il documento, l’oggetto, l’azione sono mezzi attraverso i quali rifletto sul passare del tempo sulle cose, sul ciclo della materia e della vita, sull’impotenza umana di saldare le crepe delle rocce, di impedire che le foglie cadano dagli alberi, che l’erba cresca nella terra. Mi inquieta la lotta dell’Uomo nella valorizzazione dell’ eterno di fronte all’effimero (impossibile da sconfiggere), la sua ricerca costante di camuffare, congelare e recuperare la storia.
Dalila Gonçalves 2010

I due video che presento a Roma partono dal simbolo più riconosciuto nel territorio cristiano, il crocifisso. Facendo un parallelismo tra l’artista nomade e le crociate, lavoro su due proiezioni: il tradimento di Giuda, e il battesimo di San Giovanni Battista. L’artista che percorre il territorio divulgando il suo messaggio ed espressione, porta a Roma la buona notizia.
1. Giuda è ritardato, nell’atto di costruire il negativo di un crocifisso in fiamme, con candele che sono state spente da una pioggia intensa, in una sequenza senza fine.
2. Il Battesimo è rappresentato, costruendo una sequenza di immagini in un acquario dove un piccolo pesce rosso nuota sotto il ritaglio di un crocifisso di tessuto nero.
Mazza 2010

Fondazione Alfredo d'Andrade "soma e segue"...



Venerdì 14 gennaio alle ore 21.00 presso la Fondazione d'Andrade di Pavone prosegue, con il reading "Se una notte d’inverno un viaggiatore" di Italo Calvino, la terza edizione di "CONVIVIO. Incontri letterari ed enogastronomici a Km 0", realizzata grazie alla collaborazione tra l'Ecomuseo AMI, la Fondazione d'Andrade e Novedee.

Carmen Fatimale de Joaquim dos Santos on line


Agradecemos mais esta assinalação ao amigo Nuno Costa, que promove com mérito a divulgação da obra do Maestro Joaquim dos Santos, tantas e tantas vezes presente em Roma, em Santo António dos Portugueses, e recordado sempre com muita saudade.

"Como forma de divulgação da bela música sacra que este país produz, aqui deixo o link que nos leva a mais uma partitura e respectivo áudio da obra.
Espero que apreciem e possam ajudar na sua divulgação.
Carmen Fatimale - poema de Fátima"
http://maestrojoaquimdossantos.blogspot.com/2011/01/dia-mundial-da-paz-santa-maria-mae-de.html

Artista português João Onofre no Macro Future (Testaccio)


No passado dia 17 de Dezembro foi inaugurada no Macro Future (Testaccio) a importante exposição de arte contemporânea da colecção Sandretto Re Rebaudengo de Turim, curada por Francesco Bonami, que conta com obras do artista português João Onofre, um dos nomes fundamentais da nossa nova geração, que também estará presente.
Agradecemos a assinalação ao Prof. Paulo Cunha e Silva.

http://www.macro.roma.museum/mostre_ed_eventi/mostre/plus_ultra_opere_dalla_collezione_sandretto_re_rebaudengo

Per la prima volta a Roma, una collettiva dalla collezione di Patrizia Sandretto Re Rebaudengo, con una importante selezione di artisti italiani e internazionali che hanno tracciato la storia dell’arte contemporanea dagli anni Ottanta a oggi. La mostra presenta trentotto artisti con opere di pittura, scultura, video, fotografia, installazioni, creando un percorso articolato e approfondito sui linguaggi e le idee dell’arte di oggi. Fra i nomi presenti: John Bock, Thomas Demand, Damien Hirst, Pawel Althamer, Carsten Höller, Sarah Lucas, Tobias Rehberger, Piotr Uklanski, Cerith Wyn Evans, Maurizio Cattelan, Giuseppe Gabellone, Diego Perrone, Paola Pivi e Patrick Tuttofuoco.




lunedì 3 gennaio 2011

2011: ano novo, vida nova!


Viagem


É o vento que me leva.

O vento lusitano.

É este sopro humano

Universal

Que enfuna a inquietação de Portugal.

É esta fúria de loucura mansa

Que tudo alcança

Sem alcançar.

Que vai de céu em céu,

De mar em mar,

Até nunca chegar.

E esta tentação de me encontrar

Mais rico de amargura

Nas pausas da ventura

De me procurar...



Miguel Torga, in 'Diário XII'