martedì 31 luglio 2018

ANNALISA SANDIROCCO: "Ter as costas quentes"


TER AS COSTAS QUENTES não é, provavelmente, uma coisa muito apetecível neste verão tão quente em Roma... Mas este texto, pelo contrário é fresco e divertido! Feito pela nossa aluna Annalisa Sandirocco no último semestre académico, é finalmente publicado no nosso blogue. Obrigado, Annalisa - autora também da encantadora ilustração que o acompanha!


A expressão idiomática "ter as costas quentes" designa, na sua interpretação literal, uma sensação agradável de bem-estar e segurança (veja-se a ilustração) devida a uma proteção localizada nas costas, envolvidas com uma ternura que transmite calor e consolação.

A noção de proteção mantém-se com a trasladação da expressão em âmbito figurado, mas ali perde as conotações de ternura para adquirir outras, referidas a situações mais prosaicas, como lugares públicos, esfera política e semelhantes, numa palavra, favorecimento que nada tem que ver com a meritocracia; muito pelo contrário, as duas questões são incompatíveis.

Se a sua mãe é diretora clínica dum importante hospital público e você consegue obter um estágio na empresa cujos dispositivos de diagnóstico têm livre acesso, sem concurso nenhum, ao supracitado hospital, não se surpreenda se alguém insinua que tem as costas quentes.

Se a sua filha é subsecretária da Presidência do Conselho de Ministros e você está no conselho de administração dum banco popular, haverá quem suspeite que tenha as costas quentes se recebe informação com antecedência no momento do banco ter uns probleminhos.

(Como se vê, as costas quentes podem ser intergeracionais com direção de ida e volta).

Qualquer referência a fatos reais acontecidos e/o pessoas realmente existentes, deve ser considerata puramente casual.

ANNALISA SANDIROCCO

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