venerdì 30 maggio 2008

O acordo ortográfico visto por um italiano


Massimiliano Rossi é, para além de um caro amigo, um jovem italiano de grande cultura, um brilhante ex-aluno de português e um amante de Portugal. A respeito do MANIFESTO EM DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA CONTRA O ACORDO ORTOGRÁFICO (http://www.ipetitions.com/petition/manifestolinguaportuguesa/) escreveu-nos a carta que aqui publicamos.





Depois de todo o esforço que fiz para aprender a escrever óptimo em vez que ótimo e acção em lugar de ação (se bem que, como italiano, não percebia a razão de escrever duma maneira e pronunciar diferentemente...), agora não quero mudar!

Brincadeiras à parte, estou de acordo com Ivo Castro e com Vasco Graça Moura, também porque, se não há unanimidade na CPLP, simplesmente...não é um bom acordo!

Um acordo que ficasse circunscrito a Portugal e Brasil faria pensar que as motivações fossem mais económicas que culturais e isso não tem muito a ver com a "unidade" ortográfica. Até porque esta unidade (ou uniformização) só seria conjecturada, permanecendo casos de ortografia diferente como na palavra facto em Portugal e fato no Brasil, que é uma das críticas da comunidade intelectual portuguesa. E em relação as formas enclíticas? Deixam-se de usar ou não?

Além disso, sempre achei que as línguas mudam com o uso popular. Portanto seria bom convocar um referendo sobre a aprovação do acordo.

Neste momento põe-se-me uma pergunta: um dos motivos do acordo é a necessidade de uniformizar os contratos legais; mas então porque é que não admitem a validade legal dos documentos nas duas versões do Português, a brasileira e a portuguesa? Isto é que se chamaria simplificação!

Já agora não é verdade que é só a língua portuguesa que possui diferenças ortográficas, porque também existe o inglês britânico e americano, mas nunca ouvi falar de acordos ortográficos entre eles...é verdade, como é que fazem os anglófonos??

De qualquer maneira assinei a petição, embora não seja Português: afinal estamos na "União" Europeia, não é?!

Massimiliano Rossi


p.s.: só uma coisa, como estrangeiro: o trema sobre o u de tranquilo, aguentar, etc. seria útil. Assim como seria útil em italiano pôr o acento sobre as palavras esdrúxulas.

4 commenti:

Anonimo ha detto...

Concordo pienamente! La questione anglofona rappresenta senza dubbio il precedente cui tutti i sottoscrittori del MANIFESTO EM DEFESA DA LÍNGUA PORTUGUESA CONTRA O ACORDO ORTOGRÁFICO dovrebbero appellarsi.
Il Portoghese, quale lingua madre, non può e non deve rinunciare a quei connotati che le appartengono da sempre e che la rendono, per noi lusofili, così irresistibilmente seducente. Per non parlare poi della comodità di porre correttamente l'accento dove è stato fino a oggi "maternamente" suggerito.
Bravo Massimiliano!
Roberto Manigrasso

francesco d'atri ha detto...

Ritengo rappresenti segno di grande civiltà, nonchè vero amore per la "cultura", al di là di facili semplificazioni ortografiche, conservare e mantenere la tradizione linguistica che costituisce il segno visibile della vita di un popolo e della sua storia. Un mondo di conoscenze tramandato alle generazioni successive nel corso del tempo.
Francesco d'Atri

Costanza ha detto...

Sono totalmente d'accordo con voi! Non trovo giusto che il Portogallo debba adeguarsi alle semplificazioni ortografiche. I vari accenti, come il circonflesso ad esempio, sono necessari per pronunciare correttamente le parole (secondo la variante europea). Inoltre, per poter raggiungere una vera unificazione linguistica, bisognerebbe anche eliminare quelle sfumature semantiche che ci sono tra diverse parole "brasiliane" e portoghesi: è il caso di rapariga, bicha...e tante altre che, pur mantenendo la stessa forma grafica, in Brasile hanno un significato e in portoghese ne hanno un altro.

Kiss ha detto...

sono contrarissima a questa ennesima manifestazione di appiattimento culturale, tipico di una società che non è capace di sfruttare quelli che possono essere i benifici della globalizzazione delle comuncazioni e che è in grado di tirare fuori solo il peggio dalle proprie risorse venendo incontro agli interessi economici dei "grandi" trascurando la gente...
non vedo il vantaggio di questo accordo ortografico, le differenze linguistiche tra il brasile e il portogallo non sono tali da sfavorire le comunicazioni e il rapporti economici e SOPRATTUTTO sono lo specchio di una differente e propria storia culturale che deve ASSOLUTAMENTE essere difesa!