mercoledì 8 aprile 2009

Recensão de "Non", por Alessandra Cruciani

Agradecemos à nossa aluna Alessandra Cruciani o magnífico comentário que fez ao filme Non, ou a vã glória de mandar, de Manoel de Oliveira, visto recentemente no âmbito das actividades da Cátedra José Saramago.
Parabéns e obrigado, Alessandra!

Com o filme “Non, ou a vã glória de mandar” o realizador português Manoel de Oliveira quer contar as etapas mais importantes da história colonial portuguesa através de alguns flashback.

Depois girar ao redor de um árvore, símbolo das raizes e da cultura, o filme abre-se com um debate sobre a guerra: enquanto os militares mais jovens expõem ideias patrióticas, o tenente Cabrita, licenciado em história e narrador do filme, responde descrevendo os episódios históricos portugueses mais importantes.

O primeiro flashback leva-nos na guerra contra os Romanos, apresentando a figura do valoroso comandante lusitano Viriato. Vemos depois ao casamento de Dom João e Isabel de Castela, vã tentativa de paz entre Portugal e Espanha que termina com a prematura morte do infante de Portugal.

Para não perder de vista as consequências das guerras e os seus efeitos no presente, Oliveira intervala esses episódios históricos com a vida destes militares enviados para a guerra colonial em África, em 1974.

Quando a narração chega ao século XXVI, ao tempo da expansão ultramarina portuguesa, é inserido no filme um episódio passado na Ilha do Amores, na presença de Vénus, a recompensa para os navegadores portugueses; episódio d’Os Lusíadas de Camões que quer descrever o momento mais florescente e positivo da história lusitana.

Contudo, cedo chega aquilo que determinará a grande derrota da política portuguesa: a batalha de Alcácer Quibir, onde o rei Dom Sebastião morre e o reino de Portugal passa ao governo de Espanha até 1640.

No final do filme os militares portugueses são atacados pelos de África, e o tentente Cabrita, ferido, acaba por morrer no dia do 25 de Abril do 1974, o dia da revolução portoguesa que põe fim à ditadura instaurada por Salazar.

Essa revisão histórica de Oliveira desemboca directamente no presente, mostrando, contra os jovens patrióticos do primeiro momento do filme, a inutilidade de todas as guerras, descrevendo sobretudo aquelas em que Portugal sofreu a derrota.

ALESSANDRA CRUCIANI

1 commento:

Blogger ha detto...

Descobri que os videos de "La Cura" (de Franco Battiato) e "Infinito" (de Raf) foram rodados em Lisboa

Será que há outros videos ?

Grazi,

Óscar

blog.3850@yahoo.com

http://portugal-mundo.blogspot.com/search/label/Itália