lunedì 5 dicembre 2011

Fado, património imaterial da Humanidade: Ferena Carotenuto



Alguns alunos de Português enviaram-nos os seus textos comemorativos da grande alegria que foi, para Portugueses e Lusófilos, a atribuição ao Fado pela UNESCO, no passado dia 27 de Novembro, da categoria de Património Imaterial da Humanidade.
http://www.publico.pt/Cultura/o-fado-ja-e-patrimonio-mundial-1522758


Muito obrigado, Ferena!


O fado canta a vida


O fado é
O medo, é a perda do amor
É o castigo o destino e a dor
É o amor querido e o seu desencanto
O fado é lágrimas e grito de espanto
Na noite, lamento na chuva e no vento
Olhando de longe barcos no mar
Esperando velas que não voltarão
Pedindo às vagas se o amado é perdido.

O fado é
Viver contigo fingindo alegria
É uma cama vazia
É melancolia
É embalar lembrança e solidão
Num berço de triste perdão
Berro de ajuda infeliz
Canto escuro
De mulher desgraçada
Duma alma fechada
Num sofrimento calado

O fado é
Amor no silêncio magoado
É um pecado é o passado
É um canto à luz da lua
É buscar aventura e amargura
É chorar soluçar fazer mal perdoar

O fado é
Lisboa
Cidade fechada
Na sua solidão
Que come o seu pão de tristeza e de pranto
Nas suas paredes de água furtada
O fado é um caminho perdido
No pó das estradas
Nas ruas de mulheres vendidas

O fado é
Mentir morrer esquecer
O fado é
Tremer da ansiedade na noite
Num sonho imenso de angústia e saudade

O fado canta a vida




NOTA:
Escrevi esta poesia usando as palavras de algumas canções de fado famosissímas. Naturalmente, dentro das muitas dezenas de fados, escolhi aqueles cantados por Amália e utilizei somente nove mesclando as palavras: Fado do Marinheiro, Fado do Ciúme, Ai Mouraria, Povo que lavas no rio, Alfama, Carmencita, Que Deus me perdoe, Barco Negro, Mãe Preta.
Tentei procurar rimas e assonâncias e usar as palavras fora do contexto das canções, criando algo de original.

Nessun commento: