lunedì 4 febbraio 2008

Fado em Itália com Carlo Giacobbe


O Fado, o cantar do destino, expandiu-se até Roma e agora as notas da saudade ressoam pelas ruas e vielas históricas da Cidade Eterna.

Além do seu aspecto romântico, a música portuguesa - pela primeira vez em Itália e talvez fora de Portugal – entrou numa aula universitária; precisamente na faculdade de Letras da Universidade ‘La Sapienza’, a mais antiga das instituições académicas romanas.
Quem leva o fado dos confins portugueses à capital italiana é Carlo Giacobbe, jornalista agora emprestado à academia, que desde quando foi correspondente em Lisboa da Agência Ansa não conseguiu arrancar da alma Portugal, que considera a sua segunda pátria.

“Como portugueses devem saber, uma vez que esta música entra dentro de nós é muito difícil, se não impossível livrar-se dela; de há vinte anos para cá é esse o meu caso. Mas é seguro que, se de condenação se trata, para mim ainda é a pena mais agradável e emocionante do mundo”, diz Carlo Gaiccobbe.

O jornalista acaba de publicar o livro ‘Il Fado di Coimbra’, estudo inédito em Itália, e que vem responder à grande curiosidade que os italianos têm relativamente à cultura portuguesa, e, em particular, ao Fado. Ao livro é ainda incorporado um CD musical, com temas clássicos da canção coimbrã, gravado exclusivamente para esta publicação com um excelente conjunto português - Ricardo Dias e Pedro Lopes, respectivamente guitarra e viola da afamada casa ‘à Capella’ em Coimbra.

Menos conhecido em Itália do que o de Lisboa – tornado mundialmente famoso na voz de Amália Rodrigues – o Fado de Coimbra tem características singulares que, por vezes, fazem lembrar as da canção napolitana, que o Dr. Giacobbe compreende e expressa profundamente, até porque ele próprio, que estudou canto clássico, é um fadista virtuoso, cuja voz podemos ouvir no CD que acompanha o livro.

Em 2007 exibiu-se na tradicional ‘Noite de Fado’, que anualmente se realiza no pátio do prestigiado e histórico Istituto Português de Santo António em Roma.

“O Ricardo e o Pedro, com os quais se fez o CD, é que são bons músicos – diz Carlo Giaccobbe – e desempenharam um trabalho óptimo. Eu limitei-me a fazer o meu melhor, na linha de uma tradição amadora, que em Itália se pensa ser bizarra, mas que é muito comum em Coimbra. Tenho nos ouvidos os grandes e inatingíveis modelos coimbrões, como o do Dr. Luiz Goes, que eu quero homenagear, e a quem dedico o meu disco, feito também em memória de Carlos Paredes, que tive a honra de conhecer pessoalmente, quando era correspondente de Lisboa”.

Para além de jornalista, docente universitário e cantor, em Roma Carlo Giacobbe é fundador e coordenador do grupo ‘Fado entre Rios’, que divulga a cultura musical portuguesa e de que fazem parte Serena De Masi e Isabella Mangani (Fado de Lisboa), Bernardo Nardini (guitarra portuguesa) e Felice Zaccheo (viola). “A referência aos rios é evidente”, conclui Carlo, “o Tejo, o Mondego e o Tibre. É neste último que os dois primeiros idealmente confluem.”

1 commento:

Luis Sá e mello ha detto...

Olá Dr carlo Giacobbe,

passados cerca de 20 anos , desde as nossas partidas de snooker no "Jardim Cinema" espero que ainda se lembre de mim...
Fico muito contente por saber que Lisboa deixou algo de importante para si.Lembro-me de ter-mos por diversas vezes abordado o vastíssimo tema que é a música, e de como o Carlo era já um erudito na matéria.
Adoro ouvir especialmente o fado de Coimbra, e vou ter certamente muito prazer em ouvi-lo no seu CD.
Actualmente continuo ligado ao bilhar como jogador e dirigente.
Tenho a certeza que ainda se lembra perfeitamente da língua portuguesa.
Qualquer coisa que precise aqui de Lisboa, estou inteiramente ao seu dispor.
Um grande abraço do seu amigo Luis Sá e Mello email: luis-mello@clix.pt