lunedì 29 novembre 2010

Reciclagem do Lixo (2) - Patrícia Schmarzeck da Silva


O desafio era meditar sobre a reciclagem do lixo e escrever sobre este assunto tão actual. Das várias composições recebidas dos alunos que estudam, no nível avançado, Português, na Facoltà di Lettere e Filosofia da Università degli Studi Roma Tre esta é a segunda, de Patrícia Schmarzeck da Silva, a quem agradecemos.


Reciclagem do Lixo: o exemplo de Porto Alegre

Porto Alegre é a capital do Rio Grande do Sul, Estado situado no extremo sul do Brasil. Foi fundada em 1772 e hoje consta de aproximadamente 1.400.000 habitantes. É considerada uma das mais importantes capitais brasileiras e apresenta um dos mais altos níveis de qualidade de vida do país.
A reciclagem do lixo na capital gaúcha inicia em 1990 como um projeto-piloto idealizado pela Administração Pública num dos bairros mais centrais da cidade. Foi projeto precursor no país, sendo considerado inicialmente, pelos mais céticos, uma utopia. Mais do que simplesmente separa os resíduos a meta era envolver a população numa campanha de melhoria da sua própria qualidade de vida. Com esse objetivo parte um lento, mas constante, processo de conscientização que abrange, entre outros, publicidade mediática, distribuição de folheto explicativos e palestras em escolas.
Hoje, o DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) realiza a coleta seletiva em 100% da sua área de abrangência, recolhendo diariamente de 40 a 60 toneladas de lixo (o total geral de lixo recolhido na cidade é de 800 toneladas/dia) selecionadas por 300 mil porto-alegrenses (25% da população). Segundo informação deste órgão a coleta seletiva tem um custo de R$90,00/tonelada (aproximadamente 30€) contra R$27,00/tonelada de lixo orgânico (cerca 10€). Essa diferença econômica não substitui, no entanto, ganhos de ordem ambiental e social. Dados técnicos municipais elucidam que, coletando e riciclando cerca de 7,4 mil toneladas de papel, foram preservados algo como 252 mil árvores. Com a reciclagem de 4,3 mil toneladas de vidro, 5 mil toneladas de areia e com as 2,54 mil toneladas de latas, 2,9 mil toneladas de ferro e 390,8 toneladas de carvão. Importantes também são os resultados obtidos com a inserção social de indivíduos que antes sobreviviam da coleta do lixo residencial ou do aterro sanitário da cidade. (http://www.portoalegre.rs.gov.br/ecos/revistas/ecos11/dmlu.htm)
Neste novo modelo de reciclagem surge a figura do reciclador. No início do projeto, os recicladores eram catadores de lixo desorganizados (coletores individuais de lixo seco) hoje são cerca de 300 indivíduos concentrados em oito unidades e organizados em associações de triagem e prensagem dos dejetos recicláveis ou reaproveitáveis. Atividade essa que garante atualmente uma renda média de dois salários mínimos e meio ao mês (aproximadamente 300€). Objetiva-se ainda a criação de pequenas empresas que consigam maior lucro na venda do lixo separado, através do acréscimo de processos como os de lavagem e extrusão de resíduos.
Modelo ambiental e mecanismo de inserção social reconhecido mundialmente, a reciclagem de lixo realizada em Porto Alegre comprovou-se, ao longo dos anos, não como uma utopia mas como uma realidade de consciência e participação popular que tende ao desenvolvimento e expansão. Esse exemplo confirma que a ação coletiva pode mudar destinos.

LINKS INTERESSANTES:
www.portoalegre.rs.gov.br/dmlu/
http://www.lixo.com.br/
http://www.youtube.com/ (Programa Algo Mais matéria reciclagem do lixo – 4mim – 28/11/2008)
http://www.portacurtas.org.br/ (Curta Metragem Ilha das Flores – 13mim – 1989)
Patrícia Schmarzeck da Silva

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