mercoledì 21 marzo 2012

Mariarita Vecchio escreve sobre o Facebook



A nossa aluna escreveu este interessante texto sobre o Facebook que aqui publicamos.
- Obrigado e parabéns, Mariarita!


Dedicado a todos os que têm centenas de “amigos” no Facebook e, de noite, jantam sempre sozinhos.

As redes sociais deram um forte impulso à escrita expressiva, são um “forum” de discussão e permitem aos utentes promoverem e partilharem iniciativas culturais e educativas, usarem a “rede” para “pescar” online os pensamentos das pessoas espalhadas no mundo, criarem um movimento de opinião democrática graças às informações fide-dignas que partem de baixo. Além disso, usar a rede pode ser uma necessidade imprescindível quando num país não há liberdade de opinião e de palavra.

Eu acho que esta dimensão social é clara no blog, rede livra e amplíssima. A dimensão de Facebook, ao contrário, é mais privada e a escrita expressiva torna-se confidencial e egocêntrica. Para participar numa discussão é necessário registarmo-nos e podemos discutir só dentro dum grupo; os “registos”da língua são muito informais, os conteúdos são vazios e os pensamentos superficiais porque a comunicação é muito rápida.

O Facebook, dizem os seus defensores, ajuda-nos ficarmos em contacto com as pessoas da nossa vida.

Eu não tenho um meu perfil no Facebook, contudo, com muitos amigos, próximos ou afastados, partilho uma amizade profunda há muito tempo, mesmo desde os anos da infância. Quando um amigo está afastado e telefono-lhe ou comunico por mail e quando posso estar junto dele eu saboreio imenso falar “ um a um”, saboreio o seu sorriso, o seu olhar, o contacto físico ( nada é mais doce e quente do que a carícia dum amigo quando estou a sofrer). Esse “estado/status“ deixa uma emoção que posso trazer comigo por quanto é o tempo em que o amigo está longe de mim. As amizades sinceras resistem à ausência do Facebook.

Acho que muitas pessoas não querem amizades no Facebook mas querem espectadores da sua vida então têm problemas de visibilidade pessoal: “eu existo só e quando os outros sabem que existo” , portanto sofrem da obsessão de partilhar as suas coisas. Ao contrário eu gosto da cumplicidade que me faz partilhar algo com poucos amigos e, ainda mais, gosto de não partilhar um segredo com ninguém. Tem um sabor antigo e sedutor o pudor que inspirou, no Fado, as palavras “nem às paredes confesso”.






MARIARITA VECCHIO

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