venerdì 21 marzo 2008

Páscoa em Portugal por Marta Sofia Ferreira


Aqui colocamos um interessante artigo de Marta Sofia Ferreira, publicado em "Portugal Diário", na Páscoa de há três anos atrás...



Páscoa: celebrar a renovação, com doces à mistura


O que é que ovos e amêndoas têm a ver com a ressureição de Cristo? O PortugalDiário explica-lhe as tradições da celebração da Páscoa, em Portugal e no resto do mundo.




Ovos e amêndoas, o folar, o coelho da Páscoa, a família toda junta à mesa, para alguns a missa de domingo. É nisto que consiste para muitas famílias portuguesas a celebração da Páscoa. Mas o que representa realmente esta festividade?
A festa da Páscoa cristã refere-se à última ceia de Jesus com os Apóstolos, à sua prisão, julgamento e condenação à morte, seguida da sua crucificação e ressurreição.
No fundo, a Páscoa não é só um dia; é uma semana inteira. A chamada semana santa começa no domingo de ramos, que representa a entrada de Jesus em Jerusalém, sendo aclamado com ramos de palmeira, e acaba no domingo de Páscoa, com a ressurreição de Cristo.
Antes da Páscoa, na Quaresma, o tempo é de jejum: evita-se comer carne e a ementa das sextas-feiras não deve ser carne por respeito, pois foi na sexta-feira que Jesus foi crucificado. Mas como no domingo de Páscoa se celebra a festa da ressurreição, a carne regressa às mesas portuguesas.
Mas muito antes de ser uma festa cristã, o que se celebrava na altura da Páscoa era o anúncio do fim do Inverno e a chegada da Primavera. Para os antigos, festejar a Primavera, tal como acontece com a Páscoa, representava a alegria da passagem de um tempo escuro e triste para um mundo iluminado, de vida nova na natureza. Era a celebração do renascer.
Em Portugal, a Páscoa é festejada por todo o lado, embora tenha uma maior importância nas aldeias mais tradicionais. Com a casa bem limpinha e vestidas a rigor, as pessoas aguardam o «compasso», que consiste numa ida do padre a cada casa para abençoar o lar e os que ali vivem. Em algumas aldeias, é ainda costume o padre e os seus acólitos carregarem uma cruz, que os moradores beijam um a um, pedindo a bênção.
Normalmente, em cada casa estão as tradicionais amêndoas e docinhos, acompanhados de um copo de licor ou vinho do Porto, em sinal de hospitalidade para o padre e os seus acompanhantes. Tradições que se dissiparam na vida agitada das grandes cidades.
Em muitas aldeias celebra-se ainda a semana santa com procissões de velas, à noite, ou com representações teatrais populares dos acontecimentos da morte de Cristo.
Mas afinal, se na Páscoa se celebram acontecimentos associados essencialmente à fé cristã, como se justifica o tão conhecido ovo da Páscoa, e não menos conhecido coelho da Páscoa? O ovo, como contém o fruto da vida, representa o nascimento e a renovação. Já o coelho, por ser um animal com capacidade de gerar grandes ninhadas, simboliza a renovação e a vida nova. Ou seja, tanto o ovo como o coelho, apesar de à primeira vista não parecer óbvio, representam os valores celebrados nesta festividade.
A Páscoa celebra-se por todo o mundo, sendo que o que varia são as tradições e os motivos que levam ao festejo. No norte da Europa, as tradições da Páscoa baseiam-se na decoração de ovos cozidos e nas brincadeiras com esses ovos pintados. Por exemplo, lançar os ovos pelas colinas abaixo, sendo vencedor o dono do ovo que rolar até mais longe sem se partir.
Já nos países do leste da Europa, a tradição mais importante é a decoração de ovos que se oferecem a amigos e parentes. Nos Estados Unidos, dão mais importância à«caça ao ovo» do que à decoração, sendo que em algumas cidades é mesmo um evento da comunidade e é usado um jardim público para esconder os ovos.
Na China, o «Ching-Ming» é uma festividade que ocorre na mesma altura da nossa Páscoa, onde são visitados os túmulos dos antepassados e feitas oferendas, que consistem em refeições e doces. Esta é a forma dos chineses deixarem os antepassados satisfeitos com os seus descendentes.
Na religião judaica também se comemora a Páscoa, mas por motivos diferentes. A «Pessah» começou a celebrar-se há cerca de 3 mil anos, quando os hebreus iniciaram o «êxodo», a viagem de libertação do seu povo, pela mão de Moisés, depois de serem escravos do Egipto durante 400 anos.



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