lunedì 27 marzo 2017

MAURO DONATI: "Um português em Viterbo"



O nosso aluno MAURO DONATI foi a Viterbo no início deste mês e enviou-nos um texto sobre esta sua experiência.
As suas palavras introdutórias: «(...) com muito prazer escrevi um "mínimo" artigo sobre Viterbo e Pietro Hispano para o blog. Obviamente trata-se apenas de um modesto convite, para quem estivesse interessado em  aprender mais sobre essa multiforme figura de homem da Idade Media que, apesar de ter "reinado" como João XXI só poucos meses, marcou sem dúvida a altura em que viveu, mais como cientista e teólogo que como Papa.»
Muito obrigado, Mauro (também pelas imagens)!



Um Português em Viterbo


O que é que faz ou, melhor, o que é que fazia um Papa português em Viterbo? Isto foi o que me perguntei quando, durante a minha última vísita  a Viterbo, encontrei o tumulo  dum Papa nascido em Lisboa, dentro da igreja  de São Lourenço, a Sé de Viterbo.
Outras vezes na minha vida fui para visitar esta antiga e linda cidade da Tuscia onde ainda se respira, nomeadamente no bairro San Pellegrino, um ar de Idade Média, e de cada vez apreciei os seus monumentos, os pálacios, a muralha, as torres, as  pequenas praças com as fontes, as igrejas e  o famoso
palácio papal.
Antes de agora nunca tinha notado, porém, que na Catedral de Viterbo estava o corpo do Papa João XXI, o único Papa português  da história da Igreja,  que foi eleito  no ano 1276 durante o período  no qual Viterbo foi sede papal. 
De Pedro Julião - este o nome do nosso homem, também conhecido como o Pedro Hispano - sabe-se com certeza a data da morte, o ano de 1277, enquanto a de nascimento coloca-se entre o ano 1205 e o 1220.
Pedro Julião foi um famoso médico, filósofo, professor e teólogo, estudou em Lisboa e Paris, ensinou medicina em Siena e entre as obras que escreveu destaca-se um Tratado de lógica aristotélica, que durante mais de trezentos anos foi estudado em todas as universidades europeias, e por isso o próprio Dante Alighieri refere-se  a este livro quando fala  de Pedro Hispano no XII canto do Paraiso.
Infelizmente, para ele sobretudo, mas talvez para a Igreja também, Pietro Ispano morreu imediatamente oito meses  depois da sua eleição como Papa,  por causa da derrocada de uma parte do palácio onde morava, que o próprio tinha mandado erguer. Esta morte foi vista por algums como castigo divino, como prova do seu mau caráter, mas, muito mais provável e simplesmente,  foi causada (ontem como hoje!) pelos maus materiais  utilizados  para  a construção.


MAURO DONATI


1 commento:

Donatella Salvi ha detto...

Bravo Mauro, un articolo dottissimo.